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No Dia da Amazônia, especialistas ressaltam a importância de preservar a maior floresta tropical do mundo
Índice de Impacto nas Águas da Amazônia (IIAA) aponta que 20% das microbacias dessa floresta sofrem um impacto alto, muito alto ou extremo. Pesquisadores buscam alternativas para garantir desenvolvimento sustentável.

Por Redação
Publicado 06/09/2022
Atualizado 06/09/2022
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No Dia da Amazônia, celebrado em 05 de setembro, especialistas falam sobre a importância da preservação da maior floresta tropical do mundo, seja em solo ou em seus ecossistemas aquáticos.

“O que acontece nos rios, lagos, igarapés e igapós importa muito e é mais difícil de ser documentado. As alterações climáticas estão aí, os eventos extremos se avizinham e existem ameaças grandes, tanto à populações humanas que dependem desses rios, quanto a outras regiões do Brasil que dependem da saúde desses ecossistemas aquáticos”, explica o jornalista e coordenador do projeto Aquazônia, Thiago Medaglia.

A Ambiental Media, startup criada por Thiago, recentemente desenvolveu o Índice de Impacto nas Águas da Amazônia (IIAA), com apoio do Instituto Serrapilheira.

O levantamento aponta que a Amazônia já perdeu 12% da sua superfície de água e que 20% das microbacias dessa floresta sofrem um impacto alto, muito alto ou extremo. Segundo o estudo, a microbacia mais impactada fica ao sul de Ariquemes (RO).

“A biodiversidade tem sofrido com os impactos de atividades humanas acumuladas. Então a gente tá falando de hidrelétricas, que se somam a dispersão criminosa do garimpo ilegal nos últimos anos, que se soma a mineração em escala industrial e que se soma a uma série de atividades humanas que têm um impacto profundo nos ecossistemas aquáticos”, comenta Thiago.

Economia sustentável
Como a Floresta Amazônica é responsável pela qualidade do ar e pela regulação do clima em todo o país e fora dela, sem contar seu importante papel na cadeia produtiva de alimentos e de preservação sociocultural, especialistas buscam por alternativas que contribuam com o desenvolvimento econômico de maneira sustentável do bioma: como a bioeconomia.

“Quando falamos de bioeconomia estamos falando da vida. E quando falamos em Amazônia obviamente que traz à tona toda a riqueza de biodiversidade que existe nesse ecossistema único. Então, quando se integra a economia da vida com toda essa biodiversidade estamos falando de uma riqueza imensurável em termos de valores econômicos. Falar em bioeconomia também se apresenta como uma solução para o desenvolvimento socioeconômico das pessoas que aqui moram”, defende Marcelo Ferronato, coordenador do projeto Viveiro Cidadão da Ecoporé.

A bioeconomia se baseia em um modelo econômico baseado na sustentabilidade. As estratégias desse modelo buscam alternativas que garantam o desenvolvimento da sociedade de forma menos nociva ao meio ambiente.

“As culturas indígenas, as populações tradicionais e também as outras populações que residem nesse amplo território que precisam além de se desenvolver e ter qualidade de vida, tem ao mesmo tempo o desafio de conservar esse rico bioma. Então, a bioeconomia tem se apresentado cada vez mais como uma alternativa para o desenvolvimento econômico e a manutenção da floresta em pé, que é o que muitas pessoas estão trabalhando e aplicando todo conhecimento científico para que isso seja possível”.


Dia da Amazônia
A data comemorativa foi instituída pela Lei nº 11.621, de 19 de dezembro de 2007, com o intuito de conscientizar as pessoas sobre a importância da maior floresta tropical do mundo e da sua biodiversidade para o planeta.

O dia 5 de setembro foi escolhido, já que foi nessa data que no ano de 1850, decretou-se a criação da província do Amazonas - atual estado do Amazonas.

A floresta amazônica, entre outras inúmeras contribuições, possibilita através das riquezas naturais e biodiversidade, o fornecimento de água nas cidades, a formulação de remédios por meio das plantas, além de ser responsável por boa parte da qualidade do ar e da regulação do clima e, sobretudo, possui um importante papel na cadeia produtiva.

A data ressalta a importância de gerenciar os recursos naturais de forma sustentável, incluindo a utilização e o monitoramento dos impactos nas nossas bacias hidrográficas. O Rio Madeira, por exemplo, abriga 40% de todas as espécies de peixes da bacia amazônica — são mais de 1,2 mil. Todos os rios de Rondônia, em algum momento, desaguam no Madeira.

Fonte: G1/RO