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Mapa da violência contra a mulher em Vilhena: estudo revela onde acontecem as agressões na cidade
Cristo Rei, União, Nova Esperança e Embratel são os bairros com maior incidência, conforme sistema da PM

Publicado 27/12/2024
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Foto: Assessoria

Os 489 registros de violência contra mulher entre julho de 2022 e julho de 2023 em Vilhena foram compilados em um mapa de calor que revelou os bairros mais afetados pelo problema: Cristo Rei, Residencial União e Nova Esperança (entornos da escola Genival Nunes). Organizados pelo bacharel em Ciências Contábeis pela Unir, Uéslei Agostinho de Sá, os dados foram publicados em artigo neste ano na Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação (Rease). Leia na íntegra aqui. https://periodicorease.pro.br/rease/article/view/13319/6450
 
Fruto de estudo das ocorrências registradas apenas pela Polícia Militar, o estudo indica que há, em média, 40 casos de violência contra a mulher por mês na cidade. “O sistema da PM rondoniense ainda filtra as informações obtidas nas ocorrências considerando os locais em que os crimes foram consumados, revelando outra realidade preocupante: 20% dos casos ocorrem dentro das casas das vítimas e 16,7% ocorrem em condomínios domiciliares.  Isso significa que cerca de 36,7% os crimes de violência doméstica acontecem em locais onde as vítimas deveriam estar seguras”, explica a pesquisa.
 
No mapa de calor desenvolvido com a ferramenta, é possível notar que há uma grande mancha de casos no Cristo Rei e alguns bairros próximos, outra mais intensa no Residencial União e mais uma nas imediações da escola Genival Nunes, englobando o bairro Nova Esperança e o Alto Alegre. Já em amarelo, indicando ainda mais intensidade de casos, há uma mancha nas imediações do Embratel. A Unisp é também destacada em vermelho, próximo da avenida Jô Sato, no entanto, os números se referem a casos em que as ocorrências foram denunciadas ou atendidas já na delegacia, não indicando o local da agressão.
 
Publicado sob o título “O Uso de Dados Estatísticos para a Tomada de Decisões ao Combate dos Crimes Envolvendo as Mulheres no Município de Vilhena”, o trabalho também conta com a participação dos professores Sérgio Candido de Gouveia Neto, Elizângela Maria Oliveira Custódio e Robinson Francino da Costa.
 
“É fundamental compreender que a prevenção e o combate à violência doméstica é um trabalho conjunto, envolvendo não apenas a polícia, mas toda a sociedade. O empoderamento das vítimas, conscientização, educação e campanhas de combate à violência também são ações complementares e devem ser consideradas para uma mudança efetiva. Lembrando sempre que a violência doméstica é crime e não deve ser tolerada, é de extrema importância que as vítimas sejam encorajadas a denunciar, buscando ajuda e apoio para sair de situações de perigo”, analisa o estudo.
 
O texto enfatiza ainda que os dados “são extremamente valiosos para a prevenção desses crimes e para a criação de políticas públicas” e sugere ainda a criação de um “monitor da violência doméstica”, para facilitar o trabalho dos órgãos de policiamento e prevenção.
 
A conclusão dos estudiosos é que “apesar dos esforços para coibir a violência doméstica, esse ainda é um dos crimes mais comuns” em Vilhena. Cobram ainda que “sejam desenvolvidos planos e estratégias que utilizem esses dados para enfrentar o problema de maneira mais efetiva”.

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Fonte: Assessoria