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Enfermeiras são investigadas após bebê fraturar clavícula no parto
A mãe da do recém-nascido denunciou grosseria e falta de médico

Publicado Ontem, às 09h
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Duas enfermeiras do Hospital Municipal de Jaciara foram acusadas de fraturar a clavícula de um bebê durante o parto da mãe. A prefeita Andreia Wagner (PSB), por meio de uma portaria publicada no Diário Associação Mato-grossense dos Municípios nesta terça-feira (29), determinou a investigação para apurar a conduta das servidoras.

Conforme o documento, o pai do recém-nascido afirmou que uma das enfermeiras foi "grosseira e pouco acolhedora", alegando especificamente que ela teria "puxado a cabeça da criança" sem solicitar auxílio médico para a manobra. A denúncia foi feita na Ouvidoria Municipal no dia 18 deste mês. 

A paciente e o esposo informaram que o atendimento, realizado em 24 de junho deste ano, por volta das 3h, foi marcado pela ausência do médico num momento crítico do procedimento obstétrico, deixando a paciente sob a responsabilidade exclusiva da equipe de enfermagem de plantão.

Segundo a portaria, "o desdobramento 'mais preocupante" ocorreu em 9 de julho de 2025, quando a paciente retornou ao Hospital Municipal de Jaciara e recebeu o diagnóstico de fratura na clavícula do ombro do recém-nascido.

A enfermeira acusada de ter sido grosseira afirmou que seguiu os protocolos assistenciais da maternidade, realizou manobras obstétricas de acordo com os treinamentos e negou intenção de omissão ou grosseria. Atribuiu a percepção de insensibilidade às situações de dor e estresse durante o parto. Quanto à fratura de clavícula, afirmou que se trata de uma ocorrência obstétrica possível em partos normais, sem que isso signifique erro de conduta e que o manejo contou com o apoio da equipe médica.

Segundo o documento, a alegação contrasta com a versão dos denunciantes, pois afirmam que houve ausência de um médico. Ainda de acordo com a portaria, um parecer jurídico emitido pela Procuradoria do Município em 21 de julho destaca que, após análise detalhada dos fatos e do arcabouço normativo aplicável, concluiu pela existência de indícios suficientes de materialidade e autoria para justificar a instauração de um procedimento apuratório formal, dada a divergência das narrativas e a gravidade das alegações.

Apesar disso, a Prefeitura de Jaciara argumenta que é necessário aprofundar a apuração dos fatos, com a oitiva das partes envolvidas, a produção de provas e, se necessário, a realização de perícias técnicas, para apurar quaisquer irregularidades que venham a macular a prestação dos serviços público. 

"Imperiosa necessidade de aprofundar a apuração dos fatos, com a oitiva de todas as partes envolvidas, a produção de provas e, se necessário, a realização de perícias técnicas, a fim de determinar a verdade real e a eventual responsabilidade funcional das servidoras, em estrito cumprimento ao dever da Administração de apurar irregularidades, nos termos dos Art. 158 e Art. 159 da Lei nº 1.208/2009 [Lei nº. 1.208, de 03 dezembro de 2009", diz trecho do documento.

"Fica instaurado, por meio desta Portaria, o Inquérito Administrativo para apurar a conduta da Enfermeira Q. F. C. F., e da Técnica de Enfermagem A. F. S., ambas servidoras públicas municipais lotadas no Hospital Municipal de Jaciara, bem como todas as circunstâncias que envolveram o atendimento à paciente J. G. M. e seu recém-nascido, W. M. M. da S., no dia 24 de junho de 2025, no Hospital Municipal de Jaciara", detalha a portaria.

Fonte: folhamax