O monitoramento realizado na manhã desta quinta-feira (3) apontou que o Rio Madeira atingiu a marca de 16,64 metros em Porto Velho, Rondônia, conforme dados do órgão geológico brasileiro. A avaliação da agência nacional de águas indica um risco moderado de enchente. A previsão meteorológica para a capital rondoniense aponta para a continuidade de pancadas de chuva ao longo do restante da semana, o que mantém a possibilidade de inundações pontuais em igarapés e córregos urbanos, além de alagamentos temporários em áreas mais baixas.

O centro de Porto Velho, especialmente a região do bairro Cai N’Água, já começa a sentir os efeitos da elevação do nível do rio, com registros de alagamentos. O trânsito nas imediações da rodoviária provisória sofreu alterações devido ao transbordamento de um canal local.

Nas comunidades localizadas ao longo do Baixo Madeira, a situação também é crítica, com relatos de isolamento. As populações de diversas localidades ribeirinhas estão entre as mais afetadas e já receberam assistência da Defesa Civil.

A prefeitura de Porto Velho, através de um gabinete de situação coordenado por órgãos de segurança e defesa civil, tem implementado ações integradas de resgate e distribuição de suprimentos para minimizar os impactos da cheia. Apesar dos esforços, moradores de algumas comunidades permanecem isolados, com o acesso terrestre comprometido, mas receberam água potável, produtos para tratamento da água e embarcações para auxiliar na locomoção.

Devido à cheia, trechos de uma importante rodovia federal estão intransitáveis, principalmente na região de um igarapé próximo à divisa com outro município. O governo estadual tem atuado para garantir a passagem de veículos menores no local.

A previsão é de que o nível da água continue a subir gradualmente até o mês de abril, com variações de alta e baixa. No dia anterior, o Madeira chegou a apresentar um leve recuo, mas permanece em nível de alerta.

A intensificação da cheia do Madeira também tem reflexos em outros estados da região amazônica. No Amazonas, um município já decretou situação de emergência, com diversas comunidades afetadas e famílias desalojadas. Outros municípios amazonenses também decretaram emergência, aguardando reconhecimento para implementação de medidas de apoio.

No Acre, diversos municípios também já decretaram situação de emergência em março, com famílias desabrigadas devido às inundações que atingiram residências e plantações.

A situação é agravada pelas intensas chuvas que ocorrem na Amazônia boliviana, onde nascem os rios que formam o Madeira. As enchentes em departamentos bolivianos afetam diretamente o lado brasileiro, contribuindo para a elevação dos níveis dos rios Guaporé, Mamoré e Madeira. O serviço de meteorologia e hidrologia da Bolívia mantém alertas para a região, indicando a possibilidade de níveis ainda mais altos nos próximos dias.