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Secretaria dos Direitos da Pessoa Idosa alerta para aumento de violência contra essa população
Debate foi realizado pela Câmara em razão do Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa, celebrado nesta quinta (15)
A representante da Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa Symone Bonfim chamou a atenção dos deputados para o crescimento dos casos de violência contra pessoas acima dos 60 anos desde o início da pandemia de Covid-19. Em audiência na Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (14), Symone Bonfim disse que, apenas no primeiro semestre de 2023, o Disque 100 já recebeu mais de 50 mil denúncias.
Essa violência, continuou Symone, pode ser física – como maus tratos, agressão e abandono –, e psicológica – que seriam ameaças, constrangimentos, tortura psíquica. Ela ressaltou ainda que também é comum o relato de abuso financeiro.
A deputada Flávia Morais (PDT-GO), que pediu a realização do debate, ressaltou que em muitos casos essa violência passa despercebida. “Muitas vezes esse idoso vive violência todos os dias e não tem coragem de ir na delegacia denunciar sabendo que seu neto, seu filho ou sua filha podem ser presos”, disse Flávia Morais.
Rede de apoio
A coordenadora da Frente Nacional de Fortalecimento das Instituições de Longa Permanência para Idosos, Karla Cristina Giacomin, lembrou que as políticas públicas também precisam se voltar para a família dos idosos. "Nós não temos no sistema de saúde equipes voltadas para o cuidado com equipamentos e rede de cuidados que apoiem a família na sua necessidade de cuidar”, disse Karla Cristina.
Segundo a coordenadora, 20% das pessoas que cuidam de um idoso precisam parar de trabalhar ou estudar. “Hoje a grande questão é que entre a pessoa que sofre violência e a rede de proteção é um labirinto, essa pessoa não consegue acesso", lamenta.
De acordo com o Ministério da Saúde, em 2030 o número de idosos já vai passar o de crianças no Brasil. Por isso, a necessidade de se pensar em políticas públicas para a população idosa agora, defendeu Vinicius Cursino, representante do Ministério da Justiça.
Segundo ele, o País precisa se preparar e não deixar para resolver um problema quando ele já for urgente, como costuma acontecer.
Fonte: Câmara dos Deputados