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Operação Ptolomeu III: com 300 policiais, PGR e PF investigam prática de corrupção e lavagem de dinheiro no Estado do Acre
Ao todo, 85 mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos nesta quinta-feira em sete estados
A Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Polícia Federal, com o apoio da Controladoria Geral da União (CGU) e da Receita Federal (RFB), deflagraram na manhã desta quinta-feira, 09, a Operação Ptolomeu III, visando desarticular uma organização criminosa responsável pela prática de ilícitos de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo a cúpula do Governo do Estado do Acre.
Desde as primeiras horas da manhã, mais de 300 policiais, com apoio de servidores e agentes das instituições envolvidas, cumprem 85 mandados de busca e apreensão nos Estados do Acre, Piauí, Goiás, Paraná, Amazonas e Rondônia, além do Distrito Federal. Não serão divulgados os nomes ou endereços dos alvos das medidas, bem como não será concedida entrevista coletiva sobre a operação.
A investigação tramita no Superior Tribunal de Justiça e constitui desdobramento das fases I e II, deflagradas no ano de 2021, quando foi identificada organização criminosa. Integrado por agentes políticos e empresários ligados ao Poder Executivo estadual acreano, o grupo atuava no desvio de recursos públicos, além de praticar atos com o propósito de ocultar a origem e destino dos valores subtraídos, por meio da lavagem de capitais.
Nesta terceira fase da operação, os investigadores buscam o ressarcimento de parte dos valores desviados dos cofres públicos. Com esse objetivo, o STJ determinou a indisponibilidade de aproximadamente R$ 120 milhões, por meio do bloqueio de contas e sequestro de aeronaves, casas e apartamentos de luxo adquiridos como proveito dos crimes. Na mesma decisão, 15 empresas investigadas tiveram suas atividades econômicas suspensas por determinação do Tribunal Superior.
O STJ decretou ainda inúmeras medidas cautelares diversas da prisão, dentre as quais: a suspensão do exercício da função pública, a proibição de acesso a órgãos públicos, o impedimento de contato entre os investigados e a proibição de se ausentar do país, com a entrega de passaportes no prazo de 24 horas.
O nome da operação faz referência ao apelido utilizado por um dos principais “operadores” do esquema criminoso, além de aludir à cidade natal de grande parte dos investigados. Ptolomeu foi um cientista, astrônomo e geógrafo de origem grega, que primeiro catalogou a Constelação do Cruzeiro do Sul em seu livro Almagesto, produzido no século II.
Fonte: PF/RO