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Marcos Rogério: objetivo da CPI é fazer Bolsonaro ‘sangrar’ para 2022
Foco é político-eleitoral. Jogaram para dentro da CPI a pré-campanha', afirmou o senador em entrevista ao Direto ao Ponto, da Jovem Pan
Em entrevista ao programa Direto ao Ponto, da Jovem Pan, na noite de segunda-feira 12 o senador Marcos Rogério (DEM-RO), um dos integrantes da CPI da Covid, afirmou que o principal objetivo da tropa oposicionista que controla a comissão é desgastar o governo do presidente Jair Bolsonaro para enfraquecê-lo na disputa eleitoral de 2022.
“O foco, para mim, é político-eleitoral. Eles jogaram para dentro da CPI a pré-campanha. É a antecipação de uma campanha, e não de construção de imagem. Neste caso, de desconstrução. É fazer sangrar para nivelar o jogo eleitoral para 2022″, afirmou o senador.
Marcos Rogério enumerou todas as “narrativas” apresentadas pela oposição desde o início da CPI para, segundo ele, atingir Bolsonaro. “Deram uma ênfase demasiada à carta da Pfizer, depois trataram do ‘gabinete paralelo’, passaram por Copa América e agora estão com foco na corrupção. Dizem que se está diante do maior escândalo de corrupção de todos os tempos. Quando você vai olhar para as evidências, pergunto: quanto foi pago desses contratos [para compra de vacinas]? Qual o valor desviado? Quem se favoreceu ou se beneficiou? Não foi pago um centavo de real”, disse o parlamentar.
Consórcio Nordeste e corrupção nos Estados
Durante a entrevista, Marcos Rogério destacou a série de irregularidades envolvendo governos estaduais durante a pandemia — que não foram investigadas pela comissão até o momento. “Eu espero que seja investigado. Esse tem sido o nosso trabalho na CPI desde o começo. Começamos tentando levar a investigação do Consórcio Nordeste, que é um caso emblemático. Passaram a mão, este é o fato”, disse o senador. “Você teve escândalos graves nos Estados. Nós temos muitas evidências de crimes que aconteceram. A CPI não vai investigar?”, indagou.
Voto ‘impresso’
Além da CPI da Covid, Marcos Rogério falou sobre as discussões no Congresso Nacional em torno do voto “impresso” nas eleições de 2022. A proposta é defendida por Bolsonaro, mas enfrenta forte resistência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e de partidos de oposição.
“Eu estranho movimentos fora do Congresso que queiram rotular essa proposta como retrocesso ou antidemocrática. É natural que o Parlamento discuta essa e qualquer outra proposta legislativa. Não se está buscando criar um mecanismo que diminua a transparência ou a segurança. É o contrário: amplia a transparência, melhora a segurança e aumenta a confiança do eleitor no resultado da votação”, afirmou. “O Parlamento tem que avançar com esse tema. Cabe à Justiça Eleitoral, lá na frente, com a decisão do Parlamento, implantar. Não estamos voltando ao tempo do voto em cédula. O que está sendo discutido é um sistema em que você possa ter a auditagem.”
Eleições 2022
O senador do DEM de Rondônia também foi indagado sobre o cenário eleitoral do ano que vem. Em sua avaliação, a tendência é uma nova polarização entre Bolsonaro e o PT na disputa pelo Planalto.
“Considerando o mapa, os times já estão escalados. Você tem os dois grandes jogadores, o presidente Bolsonaro e o ex-presidente Lula. Pré-candidatos à ‘terceira via’ há muitos. Agora, tem que combinar com o povo”, ironizou Marcos Rogério. “Quem está apresentando melhor performance é o próprio presidente Bolsonaro, que passou pelas urnas recentemente, e o ex-presidente Lula, em razão da história do PT nas eleições. O cenário passa por aí. Neste momento, não vejo ainda nenhum nome com essa cancha, com esse potencial de crescimento.”
Fonte: revistaoeste