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Localização da ponte Brasil-Bolívia precisa ser bem discutida
A construção de uma ponte binacional ligando o Brasil à Bolívia, em Rondônia, é uma articulação antiga que merece destaque. O projeto facilitará a integração comercial entre os dois países, reduzindo a logística de embarque e desembarque de mercadorias para o cruzamento fluvial do rio Guaporé, que limita as fronteiras entre os dois países. A atual logística encarece o frete e tornam os produtos menos competitivos devido a esse custo operacional.
Rondônia (Brasil) tem muito mais a ganhar com esse projeto do que o Beni (Bolívia), daí o interesse brasileiro de bancar o custo da obra, estimado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (Dnit), em R$ 250 milhões. Esse dinheiro precisa ser incluso no orçamento da União pela bancada federal de Rondônia, numa ação política conjunta.
Acontece que em Rondônia existem dois interesses de rotas e isso implica a localização da obra dessa ponte. Dessa forma, a localização da obra deve ser escolhida não pela paixão, mas pela razão. É preciso analisar bem para evitar de se fazer um grande investimento no projeto e depois não ter o resultado esperado.
A proposta de construir em Guajará-Mirim tem como maior argumento, o traçado de duas rodovias bolivianas saindo a partir de Guayarámerim (Bolívia) dando como destinos outras duas vias para La Paz, Cochabamba e Santa Cruz de La Sierra. Uma outra via tem como destino a província de Pando e segue até o Peru.
Se caso construir em Costa Marques, a outra opção, reduziria o trajeto rodoviário dentro de Rondônia para atingir as rotas de Trinida, Cochabamba e La Paz. Porém, nesse trajeto, do lado boliviano existe apenas uma via que carece de amplo investimento para suportar o tráfego pesado de cargas. Resta saber se o governo boliviano terá condições de melhorar essa via precária, a partir de Puerto Ustrarez logo abaixo do Forte Príncipe da Beira.
Além de calcular o custo da obra faz necessário calcular o custo-benefício da localização de forma a trazer maiores resultados imediatos.
Fonte: DIÁRIO DA AMAZÔNIA