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Indígenas reivindicam agilidade nas investigações do caso de Ari Uru-Eu-Wau-Wau
Um ano depois da morte de Ari Uru-Eu-Wau-Wau, de 34 anos, ainda não se sabe quem foi o responsável pelo crime.
Um ano depois da morte de Ari Uru-Eu-Wau-Wau, de 34 anos, ainda não se sabe quem foi o responsável pelo crime que aconteceu em Jaru (RO). Em protesto sobre a demora nas investigações indígenas da aldeia Uru-Eu-Wau-Wau realizaram na manhã de hoje (19), dia do índio, uma manifestação em frente ao prédio da Justiça Federal.
A indigenista Ivaneide Bandeira Cardozo, conhecida como Neidinha, da Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé disse que a reivindicação do protesto é para que o caso de Ari seja encaminhado para a investigação da Justiça Federal.
“Não estamos à venda resultado da investigação da Polícia Civil. Há um ano que a investigação está sem resultado. Nós queremos justiça. No dia do índio não temos nada o que comemorar porque é só morte. Tem vários indígenas que foram mortos e que estão ameaçados de morte por defender seu território”, disse Neidinha.
De acordo com o indígena Wapu da aldeia Nova os índios cobram respostas dos crimes cometidos sobre os povos indígenas. “Hoje a nossa reivindicação é que a gente perdeu um do nosso território, ele fazia parte da equipe de vigilância, queremos que essa história seja desvendada e que passe para a Polícia Federal. A Polícia Civil pegou a causa e não obteve resposta para a gente. Estamos muito angustiados porque ele levou ele para sempre. Ele deixou duas crianças. Queremos uma resposta e a pessoa que fez essa maldade seja punida”, disse Wapu.
Entenda o caso
O indígena Ari Uru-Eu-Wau-Wau trabalhava no grupo de vigilância do povo indígena registrando e denunciando extrações ilegais de madeira dentro da aldeia. O corpo de Ari foi encontrado na manhã do dia 18 de abril e, com sinais de lesão contundente na região do pescoço que ocasionou uma hemorragia aguda.
Os moradores que passavam pela Linha acionaram a Polícia Militar de Tarilândia, que seguiu até o local e acionou a Polícia Civil e Polícia Técnico-Científica.
A suspeita é que o homicídio poderia ter sido uma retaliação de homens brancos, pois Ari fazia parte do grupo de vigilância e patrulha pelas terras da Reserva Indígena Uru Eu-Wau-Wau, protegendo o local da invasão de madeireiros, pescadores, caçadores e garimpeiros.
Até o momento polícia afirma que ainda não possui nomes concretos das pessoas suspeitas de invadir as terras indígenas para explorar os recursos naturais e que tenham feito ameaças aos vigilantes.
Fonte: DIÁRIO DA AMAZÔNIA