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Médico relata desespero devido ao grande número de crianças com covid-19
Um relato do médico Willian Paschoalim, mostrou que a contaminação pelo coronavírus está afetando também crianças em Rondônia. Segundo ele, que é gerente médico do Call Center da Prefeitura de Porto Velho, que lida com pessoas suspeita de estarem infectadas, é perceptível um aumento no número de crianças que vão para a rede hospitalar devido a covid-19.
Em entrevista ele falou sobre a alta na quantidade de menores que estão contaminados com a covid-19. “Lá no call center, nós temos hoje, cerca de 10% dos telefonemas ligados a crianças abaixo de 10 anos. Isso é muito diferente do ano passado, quando nós tínhamos muitos poucos casos de sintomas em crianças”, declarou.
Ainda em sua fala, o médico afirmou que a razão de grande procura para as crianças, seria devido às novas variantes do vírus que começaram a circular no início do ano. “Com essa nova fase agora do vírus, parece que ele pega os pequenos também”, disse Paschoalim.
O doutor relata ainda os momentos de tensão vividos pelas equipes médicas. Segundo ele, o call center funciona em estabilidade, mas uma estabilidade absurda, com mais de 1000 atendimentos por dia, sendo que cerca de 100, são de pais procurando informações para o tratamento dos filhos menores.
Médicos priorizam quem deve ser atendido primeiro
E como os hospitais estão todos lotados, a procura das crianças, fez com que os médicos optassem pela escolha de quem vai ser atendido agora e quem não vai. “A gente procura priorizar as crianças abaixo de 5 anos, e elas são encaminhadas para a pediatria do Hospital Cosme e Damião ou Policlínica Ana Adelaide. Não precisam de encaminhamento, elas vão direto”, explicou.
Em Rondônia, desde o início da pandemia, quase 30 crianças já morreram devido ao coronavírus, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau). Desde o início da pandemia, o Brasil já registrou 420 óbitos de bebês pela Covid-19. Entre crianças de um a cinco anos, já foram 207 mortes. Trata-se de uma das maiores taxas do mundo.
Para dimensionar o problema, basta tomar como exemplo os Estados Unidos, país com maior número global de mortes pela doença. Por lá, 52 crianças nessa faixa etária perderam a vida para a vírus, uma taxa quase quatro vezes menor que a brasileira.
Fonte: RondoniAoVivo