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Fragata Independência retorna do Líbano após cumprir missão de manutenção de paz
Após nove meses empregada em missão de paz no Líbano, a Fragata Independência da Marinha do Brasil atracou na Base Naval do Rio de Janeiro, na manhã deste sábado (26). Com tripulação composta por aproximadamente 200 militares, a embarcação integrou o 20º Contingente da Força Tarefa Marítima da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (FTM - Unifil). Criada em 2006, por solicitação do governo libanês, a FTM-Unifil visa impedir a entrada de armamento não autorizado no país e treinar o componente naval local.
o cumprimentar a tripulação e desejar um bom regresso, o Comandante de Operações Navais, Almirante de Esquadra Alipio Jorge Rodrigues da Silva, ressaltou os desafios enfrentados pelos integrantes da Força ao desempenharem uma missão real em uma situação de combate à pandemia. “As tripulações estiveram envolvidas em uma rotina intensa e contínua para cumprir tarefas para contribuição da paz mundial, pelo incremento para capacitação da marinha do Líbano e para o desenvolvimento social e econômico daquele país”, enfatizou.
O Almirante Alipio ressaltou que os ensinamentos serão fundamentais ao cumprimento de novas missões em 2021. “Em maio, um Almirante com seu Estado-Maior estarão se dirigindo para assumir o Comando de outra Força Tarefa Marítima. Desta vez, no Nordeste da África, nas proximidades da Somália”, informou.
Primeira participação do Suboficial escrevente Estevam Frinhani em operação de paz, ele exerceu função destinada a estabelecer um elo entre o Comando do navio e as Praças. “Fazíamos reuniões, palestras e conversávamos com os militares para assessorar o comando e melhorar a vida do pessoal no navio”, relatou o marinheiro.
O Suboficial Frinhani recebeu manifestação de carinho de sua esposa ao chegar ao Brasil. “Dessa vez foi mais difícil ainda, por causa dessa pandemia. Ficamos preocupados com ele, e ele conosco. Estamos agradecidos a Deus”, disse Sandra Frinhani.
Em decorrência da pandemia de Covid, neste ano não ocorreu a tradicional recepção dos familiares na chegada ao porto. O encontro ocorreu no estacionamento da Base Naval, sendo as famílias orientadas a aguardar dentro de seus veículos.
A tripulação da Fragata Independência participou da importante operação de mitigação aos estragos causados por explosões, no início de agosto, em Beirute. Em apoio ao governo libanês, os brasileiros realizaram patrulhas nas proximidades do Porto e apoiaram um navio de Bangladesh.
O Comandante da Fragata Independência, Capitão de Fragata André Carvalho, relatou que no momento da explosão a embarcação estava a cerca de 16 quilômetros da região portuária de Beirute. “O navio estava em patrulha. Desde o início tentamos prestar a ajuda necessária”, referiu-se ao navio de Bangladesh.
A FTM-UNIFIL
Única missão de paz da ONU de caráter naval, a FTM-UNIFIL passou a ser comandada por um Contra-Almirante brasileiro a partir de 2011. Seis navios de diferentes nacionalidades constituem a esquadra das Nações Unidas operando em prol da paz na região. São eles: Alemanha, Bangladesh, Grécia, Indonésia, Turquia e Brasil.
Durante mais de nove anos na missão, cerca de quatro mil brasileiros das Forças Armadas estiveram operando com a UNIFIL no Oriente Médio. Foram dezoito participações de navios da Marinha do Brasil, com os militares sendo substituídos a cada seis meses.
Instituída em 1978, a UNIFIL possui o propósito de manter a estabilidade na região. Até 1º de janeiro do próximo ano, o Comandante da FTM Unifil é um brasileiro, o Contra-Almirante Sergio Renato Berna Salgueirinho.
Operações de paz
O Brasil possui histórico de participação em operações de manutenção de paz. Atualmente cerca de sessenta brasileiros estão operando em oito diferentes missões de paz da ONU. Mais de 37 mil militares de nosso país estiveram na Operação de Paz no Haiti, entre 2004 e 2017. A missão no Haiti foi a maior mobilização de tropas brasileiras no exterior, numa missão real, desde da guerra da Tríplice Aliança.
Fonte: Ministério da Defesa