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Eletrodomésticos que mantêm temperatura interna mais baixa precisam de mais atenção nos dias de calor
Observar o histórico de consumo de energia para entender a variação nesse período é importante
Por todo Brasil, portais de previsão do tempo têm alertado ondas de forte calor, onde os estados do Norte e do Centro-Oeste do país são os mais atingidos com o tempo quente e mais seco. Sem previsão de chuvas contínuas e com o aumento da temperatura, a solução para amenizar a temperatura é buscar alento com o uso de ventiladores e condicionadores de ar. Outros aparelhos mais acionados nessa época são freezers e geladeiras, que ajudam no condicionamento de alimentos e bebidas por mais tempo. Acontece que o uso desses equipamentos em dias mais quentes tem um detalhe que muita gente não sabe: por causa do calor eles precisam trabalhar mais para manter o desempenho dos dias mais frescos. Para explicar melhor o que acontece com os eletrodomésticos nesse período, a Energisa conversou com um especialista no assunto.
“O ar-condicionado trabalha com um sistema de trocas térmicas em que, quanto maior a diferença entre a temperatura ambiente e a que se deseja atingir, maior será o tempo de operação deste aparelho. Por exemplo, se dentro de um lugar a temperatura está em 29°C e desejamos um cômodo mais fresco com o uso do ar-condicionado, reduzindo para 23°C, temos um determinado consumo energético para realizar esta atividade. Mas se a temperatura está em 40°C e nós desejamos reduzir para os mesmos 23°C, sabemos que o condicionador de ar levará mais tempo de operação em sua máxima potência até atingir os 23°C. Somado a isso, tem o fato de que para manter essa temperatura, o equipamento terá um consumo de energia significativamente maior”, explica o professor adjunto da Universidade Federal de Mato Grosso, Danilo Ferreira de Souza, graduado em Engenharia Elétrica, especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho e em Energia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, e mestre em Energia pelo Instituto de Energia e Ambiente/IEE da Universidade de São Paulo/USP
Trocando em miúdos, isso significa que mesmo sem perceber e sem mudar hábitos, o consumo de energia pode subir nos dias mais secos e quentes. Danilo avalia que para evitar o consumo excessivo é importante que os equipamentos e sistemas elétricos estejam devidamente dimensionados para cada local específico, seguidos das melhores recomendações de instalação. O mesmo acontece, por exemplo, com a geladeira. Mesmo que uma pessoa mantenha os hábitos, cada vez que a porta da geladeira é aberta, o ar quente externo entra, fazendo com que o compressor necessite “trabalhar mais” para garantir que o interior da geladeira permaneça refrigerado na temperatura desejada.
Fernando Tupan, gerente de Serviços Comerciais da Energisa Rondônia, pontua que uma boa opção para entender essa variação é observar o histórico do consumo que está na conta de energia. Com essas informações em mãos, é possível observar que o consumo entre os meses de agosto e outubro acaba sendo maior do que nos outros meses. “É importante, no momento de analisar esse histórico, olhar também como foi o consumo no mesmo período do ano anterior, quando as condições climáticas eram parecidas, pois as alterações de temperatura fazem a diferença na conta. Temos que usar a energia de forma econômica durante todo o ano, mas nos dias de muito calor o cuidado precisa ser redobrado”, pondera Tupan.
Danilo lembra, no entanto, que não é só o consumo dos equipamentos que pode impactar no aumento do consumo neste período do ano. “O principal impacto aqui refere-se aos hábitos de consumo nesses períodos de maior calor e de variação do clima. Por exemplo: com a umidade do ar baixa, a recomendação é de utilizar umidificadores de ar. Como o umidificador é um equipamento eletroeletrônico teremos mais um equipamento consumindo energia”, pontua o professor.
Segundo Danilo, alguns pontos são fundamentais para ajudar a usar de forma mais econômica a energia. Conheça alguns:
- Busque sempre que possível a compra de equipamentos com selo do Programa Brasileiro de Etiquetagem preferencialmente classe A, pois são energeticamente mais eficientes;
- O aparelho de ar-condicionado deve ser comprado com o correto dimensionamento para o ambiente a ser utilizado. Quanto maior o ambiente, mais potente precisa ser o aparelho;
- Se o equipamento for antigo, dê preferência pela substituição de um equipamento novo, com maior eficiência;
- Ao usar o ar-condicionado, garanta que as janelas e portas do ambiente estejam fechadas;
- Utilize o ar-condicionado na temperatura entre 21°C e 24°C e ao ficar muito tempo fora do ambiente, desligue o equipamento;
- Limpe os filtros do ar condicionado a cada quinze dias. E faça uma higienização completa com uma empresa especializada entre 6 meses e 1 ano a depender da intensidade da utilização. A sujeira dificulta a passagem do ar e reduz a eficiência do equipamento.
- Instale sua geladeira longe de locais ou equipamentos de aquecimento como, forno elétrico, fogão, churrasqueira e micro-ondas;
- Realize a instalação do equipamento preferencialmente fora do alcance da irradiação solar direta;
- Procure reduzir a abertura da geladeira, assim a conservação da temperatura interna será mantida com menor uso do compressor;
- Não guarde alimentos quentes;
- Não use a parte de trás de geladeiras e freezers para secar roupas ou sapatos. Isso reduz a eficiência do equipamento;
- Não desligue o equipamento à noite para ligá-lo na manhã seguinte.
- Verifique constantemente se a vedação do equipamento está em boas condições.
Para verificar se a borracha da sua geladeira ou freezer está vedando corretamente, o gerente da Energisa dá uma dica: “Pegue uma folha de papel e coloque-a entre a porta da geladeira e a borracha, fechando a porta da geladeira sobre a folha, de forma que o papel fique preso. Puxe a folha e se ela sair sem resistência, é sinal de a borracha da geladeira não está vedando corretamente e o indicado é que seja feita a manutenção”, concluiu.
No Youtube da Energisa, você pode acompanhar mais dicas de consumo.
Fonte: Assessoria de Imprensa