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Produtores indígenas são beneficiados com a venda de Castanha-do-Brasil através do PAA de Rondônia
Cooperativa gera emprego e renda para 300 indígenas e irá entregar até a semana que vem mais de 1.400 quilos de Castanhas

Publicado 20/08/2020
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Produtores indígenas de Ji-Paraná e Alta Floresta do Oeste são beneficiados pelo Programa Estadual de Aquisição de Alimentos  do (PAA Rondônia), com a venda de cerca de três mil quilos de Castanha-do-Brasil nativas das regiões. O programa é uma iniciativa do Governo de Rondônia, por meio da Coordenadoria da Agricultura Familiar da Seagri (Cafamiliar), na Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri). Ao todo, 19 produtores indígenas foram beneficiados.

Dezessete produtores indígenas das etnias Cinta Larga, Gavião, Zoró e Apurinã, da Reserva Roosevelt de Ji-Paraná, beneficiados com o PAA Rondônia, fazem parte da Cooperativa Extrativista de Castanhas Indígenas (Coocasin), criada há três anos com o intuito de fortalecer o trabalho dos povos indígenas da região. Atualmente, a Cooperativa gera emprego e renda para 300 indígenas, além de custear a formação acadêmica de oito jovens indígenas. Só a Coocasin irá entregar, até a semana que vem, mais de 1.400 quilos de Castanha-do-Brasil pelos indígenas.

De acordo com o presidente da Coocasin, João Cinta Larga, o PAA Rondônia é uma nova oportunidade para os agricultores indígenas mostrarem sua produção, além de gerar renda e combater a insegurança alimentar e nutricional de idosos, refugiados, moradores de rua, crianças e grupos familiares nos municípios, via entidades socioassistenciais.

“Essa é a primeira vez que os indígenas vão entregar castanhas ao PAA Rondônia e estamos bem ansiosos, porque será um marco histórico para nós. Isso demonstra a necessidade dos povos indígenas em diversificarem sua produção. Nosso produto agrega valor, tem um preço justo e estamos com a documentação em dia, sendo possível a participação nos demais programas de governo ofertados”, ressaltou o presidente da Cooperativa.

Com o desenvolvimento da produção, a Coocasin já comercializa o produto para os estados de São Paulo, Santa Catarina e Goiás, além dos municípios de Rondônia. “A nossa expectativa para os próximos anos é ampliar ainda mais esse mercado. Nós já estamos com uma conversa bem avançada com os compradores dos Estados Unidos (EUA) e temos certeza que essa conquista logo vai acontecer. Para esta safra, nós estamos com uma expectativa de colheita de 290 toneladas e vamos avançar ainda mais”, disse.

Os outros dois produtores indígenas da etnia Aruá, da Reserva Rio Branco, localizada em Alta Floresta, contemplados com o PAA Rondônia, vão entregar 1.500 quilos de Castanhas-do-Brasil. A reserva abrange parte de Alta Floresta do Oeste, São Miguel do Guaporé e parte de São Francisco do Guaporé, e possui nove etnias indígenas. Os indígenas chegam a colher mais de 150 toneladas de castanhas por safra na reserva.

Segundo o secretário de Estado da Agricultura, Evandro Padovani, para 2020, o PAA Rondônia disponibilizou mais de R$ 1,7 milhão para aquisição de produtos da agricultura familiar. “O PAA Rondônia deste ano vai atender 177 produtores individuais e 10 cooperativas da agricultura familiar em 29 municípios. Nesse momento de pandemia, o PAA Rondônia se tornou uma excelente ferramenta, que visa auxiliar na geração de renda para os produtores da agricultura familiar, e agora, atendendo produtores indígenas”, destacou.

Para participar do programa, os indígenas devem possuir a Declaração de Aptidão ao Programa Nacional de Agricultura Familiar Pronaf (DAP) e se cadastrarem nos referidos programas.