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Estudo do Cremero estima que Rondônia poderá ter 500 mil casos de Coronavírus em maio
A pesquisa avalia o comportamento do Coronavírus em cenários otimistas e pessimistas.

Publicado 28/03/2020
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Foto: Reprodução

Um estudo feito pelo Conselho Regional de Medicina de Rondônia (Cremero) e divulgado para a imprensa na manhã desta sexta-feira (27), indica que o número de casos do novo Coronavírus poderá chegar a 500 mil em todo o Estado a partir de maio. A pesquisa foi realizada pelos conselheiros pesquisadores Ana Lucia Escobar e Vinícius Ortigosa Nogueira, a partir de fontes oficias como a Associação de Medicina Intensiva Brasileira, Associação Brasileira de Infectologia, Centro de Pesquisa Clínica do Hospital Sabará, e artigos internacionais.

Segundo Ana Lúcia Escobar os casos começarão a crescer na segunda quinzena de abril, podendo chegar a 500 mil no início de maio. Ela disse, que até meados de maio toda a população poderá estar apresentando algum sintoma da doença. “Nos últimos dias eu procurei fazer uma análise do que está por vir e do que está acontecendo no nosso estado. Busquei alguns critérios e parâmetros para estimativas de casos”, disse.

A pesquisa avalia o comportamento do Coronavírus em cenários otimistas e pessimistas.
Pelo cenário pessimista, de acordo com o levantamento feito pela conselheira, a previsão é que até o dia 1 de abril sejam registrados 50 casos de Coronavírus, 8 de abril 500 casos, 15 de abril 5 mil casos, 22 de abril 50 mil casos e 2 de maio 500 mil casos. “Com isso, nós teríamos na relação de que para cada caso, temos cinco pessoas infectadas, que tem o vírus, mas não necessariamente desenvolve a doença, teríamos no dia 2 de maio a predição de que toda população estaria contaminada”, enfatizou Ana Lúcia Escobar.

Outra estimativa feita, foi sobre as internações. “Com os casos que temos previstos, nós podemos prever em função das estimativas de internação, oito internações até o dia 1 de abril, 75 internações até o dia 8 de abril, 750 até o dia 15 de abril, 7.500 mil e 75 mil até o dia 2 de maio. Considerando que o tempo médio de internação do paciente leve e moderado varia de oito a 10 dias. Com isso, dá para entender o que está por vir”, diz.

A pesquisa, segundo a conselheira Ana Lúcia Escobar, foi baseada em três fontes. Uma foi com base o Centro de Pesquisa Clínica do Hospital Sabará, que avalia que a cada 7,2 dias o número de casos é multiplicado por 10, além de dois artigos publicados em revistas internacionais da saúde, sendo um deles desenvolvido na China e outro nos EUA.

No cenário mais otimista, o Estado poderá ter 134.582 novos casos de Coronavírus até maio. Os números apurados seriam baseados na população residente com a taxa de letalidade do vírus, conforme a faixa etária.

Medidas

Para o conselheiro Vinicius Ortigosa Nogueira, hoje, o que temos como medidas de controle para evitar que aconteça um pico rápido da curva viral, basicamente são as restrições de circulação e isolamento social. “Por isso, é importante reforçar a população, que é necessário ficar em casa. As evidências cientificas atuais, demonstram que essa é uma medida que está associada a amortização da curva da doença”, disse.

O conselheiro explica que 80% dos casos de pacientes com Coronavírus, apresentam as formas leves da doença. Por outro lado, cerca de 15% dos pacientes apresentam formas severas, com febre alta e falta de ar, que requer internação. Cerca de 5% dos casos apresentam formas extremamente grave e precisa de internação em UTI, recebendo medicação mecânica durante cerca de duas a três semanas. “Com isso, a gente consegue fazer uma estimativa que iremos precisar de mais leitos de UTI em todo o estado”, explicou.

De acordo com Vinicius Ortigosa, o estudo foi necessário porque o Cremero vem observando com muita preocupação a letargia do poder público estadual em prover seguranças e ações efetivas de enfrentamento a pandemia. “Os números apresentados até agora são extremamente preocupantes. Isso não é apenas uma gripezinha”, ressaltou.

Ainda de acordo com o conselheiro Vinicius Ortigosa, para o enfrentamento da a doença o Estado precisaria de 60 profissionais com formação em medicina intensiva, para cada 100 leitos de UTI. “O número de contratações emergenciais que o Governo quer fazer é insuficiente para resolver e dar enfrentamento efetivo a doença”, disse.

O presidente do Cremero, Spencer Vaiciunas, informou durante a coletiva, que os números apresentados nesta manhã, foram todos repassados para as autoridades estaduais e municipais que estão à frente da crise. “Eles têm ciência de tudo isso que foi apresentado. Desde a semana passada está havendo essa cobrança por nossa parte e o que estamos observando é a preparação muito lenta”, enfatizou.

As autoridades estaduais e municipais, segundo o presidente do Cremero, precisam de mais atenção referente a flexibilização. “Isso porque o isolamento é importante. A estrutura física é indispensável, tudo isso era para ter sido planejado no início da crise. Desde janeiro e fevereiro era para o estado está preparado para essa crise, mas não é o que vem acontecendo infelizmente. É uma pandemia grave”, finalizou Spencer Vaiciunas.

Fonte: Rondoniagora