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Inovação no meio rural Sebratec em Rondônia subsidia 70% dos custos
Programa Mais Leite Saudável de melhoramento genético

Publicado 13/03/2020
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Foto: Sebrae/RO

Os produtores rurais que criam gado leiteiro, depois de definirem o melhor sistema para atender as necessidades de suas propriedades, dependem das boas margens de contribuição na comercialização do leite. Esses proprietários de negócios do campo devem dar especial atenção ao desempenho reprodutivo das vacas. Alguns fatores são responsáveis diretos pela produção de leite, como o número de animais de reposição, o aumento do ganho genético e a redução do descarte involuntário. Apesar disso, falhas na detecção do ciclo estral, ou período reprodutivo, bem como a baixa fertilidade, repercutem na baixa eficiência reprodutiva e diminuem a produção nos rebanhos leiteiros. Em busca de melhores resultados, a inseminação artificial em tempo fixo (IATF) é uma biotecnologia em que se insemina grande número de vacas em um único dia. É uma alternativa que introduz tecnologias para garantir que os investimentos tragam retorno financeiro para os produtores. São investimentos que se justificam, porque visam aumentar a capacidade de emprenhar vacas mais rápido. Os chamados protocolos hormonais têm sido utilizados para inseminar vacas sem a detecção de cio, eles aumentam a taxa de serviço e o protocolo IATF tem apresentado melhores índices impactando na fertilidade das vacas a ele submetidas.

O Sebrae em Rondônia, com o suporte da unidade regional de Ji-Paraná, com o Sebraetec, programa de orientações especializadas e customizadas para implementar soluções em áreas de inovação, tem sido responsável pela execução do Programa Mais Leite Saudável que envolve o melhoramento genético para o desenvolvimento da bacia leiteira - Rondônia Leite Com Qualidade. O Programa Mais Leite Saudável permite à pessoa jurídica beneficiária a apuração de créditos presumidos do PIS e da Cofins em percentuais mais favoráveis, a fim de incentivar a realização de investimentos destinados a auxiliar produtores rurais de leite no desenvolvimento da qualidade, da produtividade e da rentabilidade de sua atividade. Poderão ser descontados créditos presumidos em relação à aquisição por pessoa jurídica, inclusive cooperativa, de leite in natura utilizado como insumo.

Os projetos executados devem contemplar atividades de:

a) fornecimento de assistência técnica voltada para gestão da propriedade, implementação de boas práticas agropecuárias e capacitação de produtores rurais;

b) atividades que promovam o melhoramento genético dos rebanhos leiteiros;

c) programas específicos para promoção da educação sanitária na pecuária.

Esse trabalho tem 70% do custo coberto pelo Sebrae em Rondônia e 30% pela empresa responsável pelo projeto Laticínios Monte Cristo Ltda. de Mirante da Serra e os 109 produtores atendidos não tiveram qualquer despesa. De acordo com Luís Henrichsen, responsável pelo projeto, “Os resultados são animadores, das 4.139 vacas avaliadas, apenas 28% delas estavam prenhas, ou seja, pouco mais de 1.150 vacas. Das 2.981 vacas vazias, foram selecionadas 1.863 para IATF, sendo 1.118 vacas encaminhadas para tratamento de recuperação ou descarte. Mesmo com esse número alto de “não aptas”, foram obtidas 825 gestações de IATF nesse período, o que representa um resultado de impacto reprodutivo muito significativo para o rebanho da região, ou seja, incrementou-se mais de 70% na taxa de prenhez das vacas desses produtores, saindo de um índice de 28% para 47% de taxa de vacas prenhas no rebanho. Número bastante significativo que potencialmente incrementará mais de 120.000 litros de leite produzidos por mês. Os resultados obtidos representam grande avanço no ambiente produtivo da região e além de melhorar os rebanhos pela questão da genética envolvida, também impacta socialmente a região ao proporcionar melhoria das condições de vida dos produtores a partir do incremento de renda em função da produção de leite e da produtividade oriunda dos animais melhorados” concluiu Henrichsen.