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Brasil tem potencial para ampliar Exportações de Produtos Agrícolas à Liga Árabe
Os países da Liga Árabe são importantes destinos do agronegócio brasileiro e há uma grande oportunidade para uma ampliação e consolidação do fluxo comercial de produtos agropecuários e agroindustriais brasileiros

Por Cepea
Publicado 12/03/2020
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Foto: Reprodução/ TV Gazeta

Os países da Liga Árabe são importantes destinos do agronegócio brasileiro. Ainda assim, a Equipe de Política Agropecuária do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, evidencia nesta nova análise que ainda há uma grande oportunidade para uma ampliação – e consolidação – do fluxo comercial de produtos agropecuários e agroindustriais brasileiros (em especial carnes e derivados) para os países membros da Liga Árabe.

Balança Comercial – Desde 2019, a balança comercial brasileira com os países da Liga Árabe é superavitária. Entre 1997 e 2019, as exportações brasileiras para esses países cresceram, em média, 8,8% a.a., ao passo que as importações evoluíram em menor ritmo, 5,1% a.a.. Os principais produtos exportados pelo Brasil no ano passado foram açúcar, carne de frango, miúdos e pedaços de carne de frango congelada, minério de ferro, milho e carne bovina desossada refrigerada e congelada, que representaram cerca de 70% da pauta. Já os produtos importados pelo Brasil dos países da Liga Árabe consistiram em combustíveis minerais (petróleo e seus derivados) e adubos (fertilizantes), responsáveis por cerca de 80% do valor total despendido. 

Ações – Com o objetivo de estreitar as relações entre os países, pesquisadores do Cepea indicam que o governo brasileiro vem realizando visitas técnicas nos Emirados Árabes Unidos (EAU), Catar e Arábia Saudita. Especificamente no setor agropecuário, representantes do Brasil realizaram visitas técnicas em quatro países árabes (Egito, Arábia Saudita, Kuwait e EAU), no intuito de fortalecer parcerias comerciais e abrir mercado para esses produtos. Como resultado, foram autorizadas as exportações brasileiras de lácteos, ovinos e caprinos para o Egito, castanhas, derivados de ovos e frutas à Arábia Saudita e mel para o Kuwait. Além disso, foi discutida cooperação técnica na agropecuária (em especial, pesca e aquicultura no Kuwait) e a formalização de convênios entre centros de pesquisa brasileiros e egípcios. Na Arábia Saudita e principalmente nos EAU, foram apresentadas as oportunidades de investimentos em infraestrutura, em particular a Ferrogrão e a Ferrovia de Integração Oeste-Leste.

Entraves – Apesar de todas essas ações, alguns entraves ainda precisam ser superados para a consolidação do Brasil no atendimento a este importante mercado. É fundamental, por exemplo, investir na infraestrutura logística nacional e na modernização dos portos brasileiros. Outro fator preponderante é a diferenciação e agregação de valor a mercadorias exportadas. Nesse sentido, é preciso marcar positivamente a imagem do produto brasileiro no mercado internacional e as missões governamentais e os eventos realizados contribuem para esse fortalecimento. Além disso, a internacionalização das empresas brasileiras é estratégica, já que facilita um conhecimento mais profundo da cultura e dos hábitos e preferências de suas populações. 

Pesquisadores do Cepea comentam que a manutenção e o fortalecimento do Brasil como protagonista no comércio internacional de produtos agrícolas requerem uma maior integração e alinhamento entre o setor privado e o público, tanto para promover o enforcement das políticas agrícola, ambiental e sanitária, quanto para tornar o ambiente de negócios mais ágil, eficiente e reduzir os custos de transação das atividades, inclusive, as comerciais, de forma a contribuir para o estreitamento das relações comerciais com grandes mercados consumidores, como é o caso dos países do Oriente Médio.

Fonte: Cepea