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Soja: fungicida que combina multissítio e carboxamidas é lançado
De acordo com a Basf, o produto é uma formulação líquida de baixa dosagem, de fácil diluição e que não causa entupimento no pulverizador
O Brasil registrou 163 ocorrências de ferrugem asiática na Safra 2019/2020, de acordo com o Consórcio Antiferrugem. Nesta temporada, o Paraná lidera com 62 casos até terça, 3, seguido por Mato Grosso do Sul (37 ocorrências) e Rio Grande do Sul (22 ocorrências). Os produtores gaúchos, que normalmente encabeçam a lista, viram o número de casos cair devido à forte estiagem no estado.
Mesmo assim, a doença é uma das grandes inimigas do sojicultor brasileiro. De acordo com Lucas Navarini, fitopatologista e pesquisador da Basf, em safras mais severas, a ferrugem chegou a reduzir em 50% a produtividade das lavouras atingidas — média, já que algumas plantas sofreram quebra de 90%.
Outra preocupação é a mancha-alvo. Navarini diz que essa doença está mais presente em algumas regiões por conta dos sistemas de cultivo. O oeste de Mato Grosso é um exemplo, lá a sucessão de soja e algodão aumenta a janela para problemas. “Tem produtor que sofre problemas no algodão safrinha e outros na soja verão”, comenta.
Para lidar com ambas as doenças de uma vez, a Basf apresentou o Aumenax, durante a 21ª Expodireto Cotrijal, realizada em Não-Me-Toque (RS). A tecnologia é pioneira no mercado, misturando de forma homogênea um fungicida multissítio e um fungicida do grupo carboxamidas. “Assim, otimizamos tanto o manejo quanto o orçamento do produtor”, diz.
Navarini destaca que o produto deve ser usado nas primeiras aplicações, sendo recomendado no máximo até a segunda. “Se você pega uma soja em estado vegetativo, fica bastante difícil atingir as folhas mais baixas. Então o ideal é entrar com ele logo no início, para proteger a folha e garantir que que ela proporcionará fotossíntese e enchimento para o grão”.
Inovação que surge de necessidade
O fitopatologista lembra que em meados de 2007 a ferrugem asiática começou a apresentar resistência ao manejo. Primeiro, foram os triazóis. Posteriormente, em 2012, foi a vez das estrobilurinas — que tinham alavancado o manejo a um novo patamar, segundo Navarini — terem problema. “Era uma área muito grande, extensa, usando uma única estratégia. Até hoje a ferrugem vem sendo um problema, porque é muito complexa”, afirma.
A solução seguinte da indústria foram os carboxamidas. A pesquisa também indicava a importância da aplicação de multissítios para proteção das moléculas contra a resistência, mas havia certa dificuldade em misturar os dois produtos de forma homogênea. “Tinha-se problemas de entupimentos de bicos e de distribuição de forma correta”, comenta o gerente de Marketing Soja, Hélio Cabral.
Segundo o gerente, o Aumenax é uma formulação líquida de baixa dosagem, fácil diluição e que não causa entupimento no pulverizador.
Quanto ao tempo de lavagem, período que deve ser respeitado antes de uma possível chuva, Cabral diz que é menor do que outros fungicidas multissítios presentes no mercado, mas ainda existe: duas horas.
Disponível na safra 2020/2021
A tecnologia da Basf já está disponível para aquisição, inclusive para visitantes da Expodireto Cotrijal, mas em uma quantidade restrita. Segundo Sérgio Silva, gerente de Desenvolvimento de Mercado, a ideia é que os produtores possam conhecer o produtor antes de espalhá-lo.
Fonte: Canal Rural