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Soja no Brasil pode passar dos R$90 nos portos a partir do dia 15/02 caso China sinalize compras nos EUA
Alta viria de um dólar mais forte e de uma retomada dos preços em Chicago

Publicado 11/02/2020
Atualizado 12/02/2020
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Foto: Notícias Agrícolas

Os números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) foram reportados nesta terça-feira (11) e, sem trazer grandes mudanças, o mercado da soja na Bolsa de Chicago encerrou os negócios, mais uma vez, com estabilidade. 

Entre as posições mais negociadas, apenas o vencimento março/20 fechou com uma pequena alta de 0,50 pontos - para US$ 8,84 - enquanto os demais terminaram o dia sem variações. O maio fechou em US$ 8,97 e o julho em US$ 8,97 por bushel. 

Embora o USDA tenha trazido um importante aumento nas exportações americanas de soja, bem como nas importações da China, o mercado precisa começar a ver a efetiva volta dos chineses ao mercado dos EUA. E até que isso não aconteça, como explica o diretor do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa. 

As exportações de soja dos EUA foram estimadas em 49,67 milhões de toneladas, contra 48,31 milhões do boletim de janeiro. Já o esmagamento foi mantido em 57,29 milhões. Em contrapartida, os estoques finais foram revisados de 12,93 para 11,57 milhões de toneladas, abaixo da média esperada pelo mercado. 

"Para quem vão estas 11,57 milhões de toneladas?", questiona Sousa. 

Ao mesmo tempo, o USDA ainda trouxe um expressivo aumento da safra de soja do Brasil. A produção brasileira foi estimada em 125 milhões de toneladas, contra 123 milhões da projeção do mês passado. O número fica ainda acima do esperado pelo mercado de 123,8 milhões e do trazido pela Conab nesta terça-feira, de 123,2 milhões. 

Da mesma forma, o departamento trouxe ainda uma revisão para cima das exportações do Brasil para 77 milhões de toneladas, reforçando a maior demanda pelo produto nacional, motivada, acima de tudo, por sua maior competitivade pelo preço e melhor qualidade. 

E ainda segundo o diretor da Labhoro, os preços para a soja brasileira poderiam ficar ainda melhores caso a demanda chinesa melhore também nos EUA e ajude na recuperação das cotações em Chicago. Para o analista, a referência poderia superar os R$ 90,00 por saca caso, a partir do dia 15, a nação asiática ao menos sinalize compras nos Estados Unidos. 

O dólar mais alto também poderia dar força ao movimento.