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Soldados da borracha terão o dia 14 de setembro para serem lembrados, e a injustiça continua
Homens com idade em torno de 18 anos, pobres e humildes, que em grande maioria viviam na região árida do nordeste brasileiro, foram recrutados

Publicado 10/12/2019
Atualizado 10/12/2019
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Foto: Divulgação

Um exército de retirantes convocado pelo Presidente Getúlio Vargas reviveu os tempos de escravidão em plena década de 1940. Enquanto a 2° Guerra Mundial espalhava-se pela Europa e Ásia, aproximadamente 55 mil brasileiros enfrentaram doenças fatais, fome e ficaram presos aos domínios dos “coronéis” donos dos Seringais na região amazônica. Muitos desses Soldados deram a vida para alimentar a indústria bélica Americana durante a grande guerra e fornecer insumos para a fabricação de pneus, por exemplo.

Homens com idade em torno de 18 anos, pobres e humildes, que em grande maioria viviam na região árida do nordeste brasileiro, foram recrutados e alistados através de um decreto presidencial para trabalhar na extração da borracha com a promessa de que voltariam milionários. Estima-se que mais da metade dos aliciados pelo então Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia acabou morrendo devido a condições insalubres em que foram submetidos. Surtos epidêmicos e ataques de animais também provocaram a morte desses recrutados.

ENTENDA O ACORDO ENTRE BRASIL E OS ESTADOS UNIDOS

Quando a 2° Guerra Mundial chegou ao Pacífico, o Japão – inimigo dos Estados Unidos – bloqueou os produtores asiáticos de borracha a fornecerem matéria-prima aos aliados. As autoridades norte-americanas temeram pelo pior, final, a borracha era utilizada em quase todos os armamentos e estava em falta na América do Norte.

As atenções se voltaram para a Amazônia, grande reservatório natural do látex (borracha), com cerca de 300 milhões de seringueiras pronta .

A assinatura do Acordo de Washington estabeleceu que o governo passasse a investir maciçamente no financiamento da produção de borracha amazônica. Em contrapartida, caberia ao governo brasileiro o encaminhamento de contingentes de trabalhadores para os Seringais. “Os Estados Unidos pagaram á vista 2 Milhões de dólares e mais 100 Milhões por soldado ao Governo Brasileiro . Dinheiro que nunca chegou aos Trabalhadores”, esses dados são do pesquisador Wolney Oliveira- autor do livro Soldados da Borracha- os Heróis Esquecidos” , lançado no ano passado.  

Por conta da idade avançada alguns soldados da borracha não puderam comparecer à reunião. 

INJUSTIÇAS AO LONGO DE MAIS DE 70 ANOS

O PLC 173/2010 que concedia a gratificação natalina do 13 ° salário  aos Soldados da Borracha,  de autoria do Deputado Mauro Nazif, foi aprovada em Decisão terminativa pela Comissão de Assuntos Sociais do Senado (CAS) no ano de 2010. E no ano de 2011, a então ex-Presidente Dilma Rousseff  vetou o 13 ° salário a categoria dos Soldados da Borracha, esse veto foi considerado um ato de descaso e  injustiça  pela categoria.

Ao longo dessa batalha, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovou em 2014 a chamada PEC dos Seringueiros que previa o pagamento em parcela única de R$25 mil aos Soldados da Borracha e dependentes que na data do pagamento dessa PEC  estivessem com os benefícios de salário do INSS ativos, isso após denúncia da categoria, foi marcada   audiência em 2013 na Corte Interamericana de Direitos Humanos (OEA-E.U.A), com a presença do SINDICATO DOS SOLDADOS DA BORRACHA DE RONDONIA , Siacre   e Defensoria Pública do Pará.  

Atualmente encontrasse em tramitação na Câmara Federal dois projetos de interesse da categoria que são a PEC 1589/2019 que é a do 13° salário para a categoria, e a PEC  1588/2019 que aprovada garantirá acesso aos Soldados da Borracha ás unidades de saúde das c, ambos do Deputado federal Mauro Nazif.

Recentemente o Sindicato dos Soldados da Borracha entrou com mais duas ações em favor da categoria, e no dia de hoje a categoria dos Soldados da Borracha recebeu uma homenagem de grande valor da Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia , que através do Deputado estadual Dr. Neidson instituiu o dia 14 de Setembro no calendário oficial do Estado de Rondônia como o Dia do Soldado da Borracha, essa data faz alusão á Comissão Administrativa do Encaminhamento de Trabalhadores para a Amazônia(CAETA) , que foi criada pelo Decreto-Lei n° 5813 de 14 de Setembro de 1943.

“Esse foi um reconhecimento de grande valor que o estado de Rondônia presta á nossa categoria, e nós dará mais apoio dos nossos parlamentares, eu como Presidente do Sindicato agradeço o deputado Dr. Neidson  e me sinto Honrado por essa homenagem , e nós meu 97 anos estou a cada dia  mais  confiante da nossa vitória, e não fico murmurando e nem apontando   os erros  dessa injustiça, e como soldado da borracha tenho propriedade de dizer que apesar de todo esse tempo estou confiante  na reparação de tudo o que fizeram com a nossa categoria” - Finalizou José Romão Grande , presidente do SINDSBOR.  

Fonte: Rondoniaovivo