O conselheiro estadual de saúde Raimundo Nonato da CUT disse que estará indo a Brasília na próxima semana onde deverá apresentar formalmente um pedido de auditoria nas contas do Instituto de Previdência e Assistência Médica dos Servidores Municipais de Porto Velho (IPAM). 

Segundo nele, há meses o instituto vem dando sinais de que está sucateado, principalmente no setor de assistência médica, onde ele acredita existir uma grande ´caixa preta´ que precisa ser aberta e investigada, antes que o instituto tenha suas portas fechadas por ingerência como aconteceu na Gestão Guedes.

“Curiosamente, na gestão Guedes, outra gestão desastrosa do PSDB na Prefeitura da capital, o IPAM chegou a ter suas portas fechadas por má-versação de recursos públicos. A Prefeitura descontava do servidor, mas não repassava, criando um passivo milionário só descoberto depois de 10 anos quando denunciei ao Ministério da Previdência”, relembra Raimundo. 
O que mais chama a atenção de Raimundo Nonato, que é um dos primeiros sindicalistas a defender a criação do IPAM em 1990, é a total inércia do Conselho de Previdência, dos representantes de classe que deveriam proteger o patrimônio da categoria, e dos próprios órgãos de controle que sabem que a situação do instituto se arrasta há muito temo, mas nada é feito ou denunciado.

“Independente de sindicatos, ou associações, temos que defender o IPAM. É preciso buscar essas respostar e evitar o pior. O fechamento das portas do nosso instituto seria tragédia nas atuais circunstâncias em que o nosso Sistema Público de Saúde está na UTI, e na iminência de ser terceirizada”, disse Raimundo. Para ele, a precarização do instituto avança para justificar a entrega do IPAM à iniciativa privada. 
“Tenho ouvido de muitos servidores, inclusive de dentro do IPAM, que está em curso um plano diabólico para o fechamento do instituto e a sua venda para a iniciativa privada. Não sei se a Prefeitura teria essa coragem, o que sei que o risco é grande e não podemos deixar que o nosso patrimônio seja entregue de mãos beijadas”, comentou. 

COMISSÃO

Segundo Raimundo Nonato CUT, algumas evidências demonstram que algo de errado está acontecendo. O prefeito Hildon Chaves, por exemplo, nomeou esta semana uma comissão para uma reforma administrativa no IPAM. Dentro dessa possível reforma, poderá ser incluída a obrigatoriedade dos cargos eletivos serem de servidores com  nível superior.

“Isso é discriminação contra a categoria e ofende princípios constitucionais já que o nível superior não é exigência nem mesmo para o mais alto cargo do País, que é o de Presidência da República”, questionou o conselheiro. 

“É uma ação equivocada. Como ele quer mexer no Instituto de Previdência, antes mesmo das novas regras previdenciárias serem aprovadas pelo Congresso? E mais, como ele fazer essa forma sem ter os cálculos atuariais e sem saber da atual realidade do Instituto? Por isso não resta outra alternativa, senão uma auditagem principalmente nos contratos que o IPAM tem com os grandes empresas conveniadas”, finalizou.