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Plantas daninhas de difícil controle atormentam produtores rurais em RO
Agrônomo chama a atenção para o controle adequado enquanto é tempo
Embora esteja no período entressafra e pré-plantio da soja, os produtores rurais da região de Cerejeiras estão com medo de uma realidade que ataca as lavouras e está ameaçando a lucratividade na agricultura: as plantas daninhas.
A reportagem do Folha do Sul Online conversou com diversos produtores rurais e a maioria deles confirmou que está tendo dificuldades de controle de plantas invasoras.
O tormento, porém, não é apenas na agricultura. Um pecuarista ouvido pela reportagem também relatou que o pasto onde está o gado vem sendo invadido por plantas daninhas.
Uma observação: os nomes dos produtores não serão identificados nesta reportagem, pois a proliferação planta daninha pode provocar um prejuízo de credibilidade na propriedade rural.
As duas principais espécies de plantas daninhas que chamam a atenção no interior do Cone Sul são a buva e o capim-amargoso.Trata-se de duas espécies de difícil controle, onerando os custos da lavoura. Um detalhe: as plantas daninhas competem com a lavoura por água, nutrientes e luz. Além disso, são hospedeiras de pragas e doenças de diversas culturas.
O engenheiro agrônomo Hugo Dan, pesquisador da empresa de pesquisa AgroFarm e do Grupo de Estudos em Plantas Daninhas do Cerrado (GEPDC), diz o alarde dos produtores rurais se justifica. “As plantas daninhas são agressivas e podem dificultar o manejo das culturas. Uma planta de capim amargoso por metro quadrado pode retirar 5 sacas de soja e 12 sacas de milho por hectare quando mal manejada no meio da cultura”, disse.
Segundo dados do agrônomo, a ocorrência de plantas daninhas de difícil controle está aumentando na região de Cerejeiras. “Atualmente, um percentual de 65% das áreas estão infestadas pelo capim-amargoso. E 38% estão infestadas pela buva. No ano passado, a buva não passava de 28% e o capim-amargoso, de 16%”.
Ainda de acordo com Hugo Dan, as plantas daninhas devem ser manejadas antes da implantação da cultura. “Toda cultura deve ser implantada no limpo, ou seja, sem a presença de plantas daninhas. Também é preciso eliminar espécies de difícil controle da beira da estrada, fora da lavoura. O uso de culturas de cobertura do solo e de herbicidas adequados são ferramentas no manejo. O capim-amargoso, por exemplo, é uma planta de ciclo perene, ou seja, passa de um ano para outro e produz até 200 mil sementes por planta. Em apenas um ano, uma única planta pode instar uma área equivalente a um hectare”, alerta o pesquisador.
Fonte: Folha do Sul