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Facções criminosas tomam casa de beneficiados por programa habitacional do governo
As facções atuam no local com força no tráfico de drogas e impera a lei do silêncio.
Em Porto Velho facções dominam o conjunto Orgulho do Madeira
Com ameaças de morte e agressões físicas, o crime organizado tem expulsado moradores e expandido os domínios para conjuntos habitacionais do Minha Casa Minha Vida espalhados pelo país. Investigações em andamento apontam que criminosos chegam a ter as listas de beneficiados pelo programa e, de arma em punho, exigem que os proprietários deixem os imóveis em prazos que variam de cinco minutos a duas horas. Em outros casos, os apartamentos são arrombados enquanto os donos estão fora. Levantamento feito pelo GLOBO mostra que, no intervalo de um ano, as invasões aconteceram em pelo menos cinco estados: Ceará, Espírito Santo, Minas Gerais, Pará e Rio.
Apesar de não ser citado, o Estado de Rondônia também enfrenta problemas, principalmente no conjunto de prédios conhecido como Orgulho do Madeira. As facções atuam no local com força no tráfico de drogas e impera a lei do silêncio. Recentemente um a operação conjunta das forças policiais capturou vários foragidos que se escondiam nos apartamentos do conjunto de prédios.
As apurações também revelam os mecanismos de atuação do crime organizado. Um inquérito descobriu que um chefe de facção, ainda preso, mandou uma carta a um de seus comparsas pedindo que um apartamento em um condomínio ocupado fosse “reservado” para quando ele deixasse a cadeia. Os moradores expulsos precisam se hospedar na casa de familiares e parentes e, em alguns casos, sequer registram boletins de ocorrência, por medo de represálias. A formalização da denúncia é uma condição obrigatória para que seja possível migrar para outra unidade do Minha Casa Minha Vida