Uma família que mora na área rural de São Felipe do Oeste está há mais de dois anos sem energia elétrica, utilizando velas para iluminar a residência enquanto aguarda a ligação prometida pelo programa Luz para Todos. A propriedade fica na Linha 29, Gleba 09, a cerca de 20 quilômetros da cidade, e enfrenta uma longa espera que não avança mesmo após diversas tentativas e protocolos.

O pedido de implantação foi feito em abril de 2023, com apresentação de documentos e informações exigidas. Desde então, o processo não teve retorno positivo, comprometendo o dia a dia da família, que possui equipamentos básicos, como geladeira, freezer e máquina de lavar, porém sem condições de uso.

Tragédia aumenta a responsabilidade familiar
A situação ficou ainda mais difícil após um acidente fatal ocorrido em junho deste ano na RO-370, que resultou na morte de um casal. As quatro crianças ficaram sob os cuidados dos avós, elevando para sete o número de pessoas que vivem na residência sem acesso a energia.

Além do impacto emocional, a falta de infraestrutura torna a rotina cansativa e cheia de limitações.

Trabalho rural e rotina doméstica prejudicados
O cultivo de café na propriedade poderia ter melhor desempenho com o uso de equipamentos elétricos, mas a falta de energia impede avanços. Tarefas domésticas básicas, como armazenar alimentos e higiene, dependem de improvisos, aumentando os custos e o esforço diário.

Segundo relatos, até mesmo ações judiciais foram buscadas, mas sem resultado.

Documentação contestada e pedidos negados
A família relata que equipes chegaram a ir ao local, porém apenas uma residência vizinha teria recebido atendimento. Ao procurar a concessionária novamente, novos documentos foram exigidos para comprovação de posse. Mesmo com contrato registrado e fotos apresentadas, os protocolos teriam sido reprovados por suposta falta de comprovação legal.

Inclusão no programa e incerteza sobre prazo
Apesar de estar cadastrada no Luz para Todos, a residência não tem data definida para ligação da energia. O prazo para execução do serviço seria até 2025, mas a proximidade do limite aumenta a apreensão de que mais um fim de ano seja passado sob luz de lamparinas.

Esperança por solução
Enquanto aguarda uma resposta definitiva, a família mantém a expectativa de que o serviço seja finalmente realizado. O objetivo é garantir condições dignas de vida para as crianças e permitir que a propriedade rural se torne produtiva.

A situação expõe a dificuldade enfrentada por moradores do interior para acessar serviços básicos, mesmo quando amparados por programas públicos criados para esse objetivo.