Uma mulher deu à luz no chão da recepção do Centro de Parto Normal de Guajará-Mirim, após, segundo ela, enfrentar sucessivos episódios de negativa de atendimento na unidade. A justificativa apresentada pela equipe seria de que ainda não era o momento do bebê nascer.

De acordo com a gestante, dias antes do ocorrido, ela procurou a unidade diversas vezes relatando dores e alterações na pressão arterial. Apesar disso, os profissionais insistiam que sua condição era normal e recomendavam que ela retornasse para casa.

Em um dos atendimentos, um médico solicitou uma ultrassonografia, que indicou aumento do fluxo sanguíneo para o útero. Ainda assim, segundo ela, a sugestão de realizar uma cesariana foi descartada pela equipe médica, que considerou o quadro sob controle.

Dias depois, ao buscar atendimento em uma unidade básica de saúde, uma enfermeira identificou alterações na frequência cardíaca do bebê. Mesmo com essa informação, ao retornar à maternidade, a gestante foi novamente liberada.

Na noite do parto, após a ruptura da bolsa e com intensificação das dores, ela retornou à maternidade, mas não havia médico de plantão. Uma enfermeira afirmou que não era necessário chamar o médico porque não estava na hora do nascimento. Cerca de três horas depois, sem assistência profissional, o bebê nasceu na recepção da unidade, com ajuda do marido.

Apesar do momento de tensão, mãe e bebê foram atendidos após o parto e passam bem.

A situação gerou indignação e expôs a precariedade no atendimento à saúde da mulher na cidade. A Prefeitura de Guajará-Mirim foi procurada, mas não respondeu até o momento.