Cerca de 300 indígenas são atendidos em Cacoal, com tratamentos odontológicos
Serão seis dias de serviços gratuitos. Atendimentos continuam até terça-feira (16).
Médicos da ONG Doutores Sem Fronteiras estão desde quarta-feira (10) realizando atendimentos médicos e odontológicos na aldeia indígena Lapetanha de Cacoal (RO), município a 480 quilômetros de Porto Velho. Serão seis dias de serviços gratuitos. Para muitos indígenas é a primeira oportunidade de receber cuidados específicos com a saúde. Os atendimentos continuam até terça-feira (16).
O indígena Teodoro Suruí foi um dos atendidos pela ONG. Ele não tinha os dentes da frente, o que fazia com que sentisse vergonha de sorrir. Hoje, após o tratamento, fez questão de registrar com uma foto essa nova etapa da vida. “Tive essa oportunidade e aproveitei. Eu estou muito agradecido”, disse Teodoro.
A restauração do sorriso do Teodoro foi trabalho da dentista Silvinha Lemos e ela ficou bem orgulhosa com o resultado. “Teodoro veio com muita expectativa. Fizemos o máximo para fazer ele sorrir. Temos certeza que por meio desse trabalho, resgatamos vidas”, disse a dentista.
Muitos que moram na aldeia nunca haviam frequentado um consultório odontológico ou feito alguns tipos de exames médicos. A indígena Erilene Mamaindê, por exemplo, está esperando para fazer um tratamento de canal pela primeira vez. “Eu quero me sentir bem e feliz com o sorriso”, disse a indígena.
Todo esse trabalho faz parte da ONG Doutores Sem Fronteiras. O projeto leva atendimentos médicos e odontológicos gratuitos e foi idealizado pelo presidente da associação Caio Eduardo Machado em 2014. Para ele, a ação é um modo de ajudar aqueles que estão distantes dos grandes centros.
“Se observarmos os indígenas da região, percebemos que eles não são carentes, eles têm alimentação, têm a pesca e tÇem a caça, mas o acesso à saúde é muito difícil”, disse Caio.
Cerca de 300 indígenas de 36 aldeias serão atendidos durante seis dias na região de Cacoal. Para conseguir atender toda essa demanda, uma equipe de mais de 200 profissionais da saúde estão trabalhando na ação. Além disso, foram montados mais de 10 consultórios com aparelhos de alta tecnologia, como uma máquina que finaliza uma prótese em 3D em menos de meia hora.
Além dos tratamentos odontológicos, também são oferecidas consultas médicas, na área de clínica geral e ginecologia. A Ana Raquel Okuso é uma das médicas envolvidas no projeto, e vem atendendo a população indígena durante todo o dia. Um trabalho cansativo, mas prazeroso para ela.
“Alguns exames que trazemos que dá de ser feito na hora, como o eletrocardiograma, testes rápidos, que geralmente tem uma fila de espera grande pelo Sistema Único de Saúde”, destacou a médica.
A ONG Médicos Sem Fronteira tem parceria com o DSEI Vilhena.
Fonte: G1 RO