Ex-candidata a vereadora denuncia ter sido estuprada por policiais dentro de Batalhão
Corregedoria-Geral da PM abriu um procedimento administrativo para investigar o caso.
Uma mulher, de 36 anos, denuncia ter sido estuprada por dois policiais militares dentro de um Batalhão da Polícia, em Tabaporã (a 614 km de Cuiabá). A vítima, que foi candidata a vereadora na cidade no ano passado, contou que participou de um encontro político no dia 13 de setembro, dentro do Batalhão, e que os abusos ocorreram após a reunião.
Conforme boletim de ocorrência, que foi registrado apenas no dia 12 de dezembro, a vítima foi à reunião acompanhada por três homens, sendo dois também candidatos a vereador, e o outro um cabo eleitoral dela. Além deles, outras pessoas também foram até o Batalhão, mas deixaram o local assim que a reunião acabou.
Já a então candidata a vereadora e seus três amigos ficaram no local junto de alguns policiais militares que estavam assando carne e bebendo cerveja. Ela relata que ingeriu bebida alcoólica e que em determinado momento sentou na mesa em que estavam jogando truco e perdeu a noção dos sentidos. Neste momento, dois policiais teriam abusado sexualmente dela.
Segundo a vítima, um dos policiais pegou em seus seios e os tirou para fora da blusa, mostrando para as pessoas ao redor. No boletim, ela também conta que outro policial começou a apalpar sua nádega e que depois enfiou a mão dentro do seu short e tocou em suas partes íntimas.
Ela conta que se lembra de ter ido ao banheiro e que neste momento o seu cabo eleitoral a chamou para ir embora, mas ela não se lembra em que momento deixou o local e nem como chegou em casa.
A vítima narra no boletim que, ao chegar em casa, surtou e quebrou diversas coisas. Ela também teria discutido com o seu marido e disse que quebrou um portão e a moto do marido, além de outras coisas. No dia seguinte, ela acordou sentindo desconforto nas partes íntimas e notou que havia arranhões na região.
O boletim segue relatando que a mulher retornou ao Batalhão para recuperar seu celular, pois percebeu que havia esquecido lá. Chegando no local, conversou com outro policial que disse que o aparelho não estava lá e que ninguém o tinha visto. Quando a vítima disse que faria um boletim de ocorrência sobre o desaparecimento do celular, um dos policiais que teria cometido os abusos apareceu com o aparelho, completamente desconfigurado.
A vítima afirma no boletim que não possui o contato de nenhuma das pessoas citadas na ocorrência, nem dos suspeitos, nem das testemunhas, pois teria mudado de chip.
Ela também disse que foi ao médico após toda a situação e que o médico avaliou que ela teve um surto psicótico e a diagnosticou com transtorno afetivo de bipolaridade.
O boletim de ocorrência foi registrado e encaminhado à Corregedoria-Geral da PM, que emitiu nota afirmando que o caso está sendo investigado e um processo administrativo foi aberto.
Leia a nota na íntegra:
A Polícia Militar de Mato Grosso informa que já está investigando o caso que supostamente envolve policiais militares do município de Tabaporã. A Corregedoria Geral abriu procedimento administrativo após a denúncia ser formalizada.
A PMMT reforça ainda que não coaduna com nenhum tipo de violência ou abuso de autoridade e que o caso está sendo investigado com o máximo rigor.
Fonte: Reporter MT