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Campeã em 2013 garante índice para Mundial de natação paralímpica
Com Susana Scharnadorf, Brasil tem 21 atletas com marca para o evento

Publicado 22/05/2023

Pixabay/12019

Campeã mundial de natação paralímpica há dez anos, em Montreal (Canadá), a veterana Susana Scharndorf alcançou, neste domingo (21), índice para representar o Brasil na edição deste ano da competição, que será em Manchester (Reino Unido), entre 31 de julho e 6 de agosto. A gaúcha de 55 anos atingiu a marca no segundo e último dia no Circuito Nacional da modalidade, realizado no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo.

Susana, que compete na classe S3 (comprometimentos físico-motores severos), precisava de 2min07s69 nos 100 metros (m) nado livre para obter o índice. A nadadora concluiu a prova em 2min01s12, credenciando-se para o quarto Mundial paralímpico da carreira, após participações em 2013, 2015 e 2019. Ela não havia alcançado marca para a última edição, em Funchal (Portugal), no ano passado. Naquela oportunidade, o Brasil foi ao pódio 53 vezes, sendo 19 no topo, um recorde.

“Essa prova tinha muita importância para mim. Queria dedicar essa prova para todo mundo que torceu por mim, para meus filhos e para minha mãe que está torcendo por mim lá de cima”, comemorou a nadadora ao site do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).

A gaúcha foi diagnosticada, em 2005, com uma doença chamada atrofia múltipla dos sistemas, que atinge o sistema nervoso autônomo e afeta os movimentos. Por ser degenerativa, a condição obriga a nadadora a passar por frequentes reclassificações funcionais (processo que define a categoria do atleta, conforme o grau da deficiência). A mais recente, em abril, durante uma etapa do Circuito Mundial, em Singapura, mudou-a da classe S4 para a S3 (quanto maior o número, menor é o grau de comprometimento físico-motor). Em 2013, quando foi campeã mundial dos 100 m costas, Susana estava na S6.

O Circuito Nacional foi a última oportunidade para nadadores estabelecerem o índice exigido pelo CPB e integrarem a seleção em Manchester. A primeira seletiva foi o Open Internacional Paralímpico, em abril, também no CT Paralímpico. Na ocasião, 20 atletas alcançaram marcas.

Além da gaúcha, outras duas nadadoras se destacaram na piscina do CT Paralímpico neste domingo, melhorando seus próprios recordes das Américas. A mineira Ana Karolina Soares estabeleceu a nova melhor marca continental dos 100m livre da classe S14 (deficiência intelectual), com 1min00s26, enquanto a fluminense Mariana Gesteira fez 27s89 nos 50m livre da classe S9 (a segunda de menor comprometimento físico-motor).

A convocação oficial para o Mundial de Manchester está prevista para sair até o fim de maio. Além dos atletas com marcas individuais, outros competidores devem ser chamados para compor as provas de revezamento. Confira, abaixo, a relação de nadadores com índice para a competição, separados por classe.

Deficiências físicas

S2: Gabriel Araújo e Bruno Becker

S3: Patrícia Pereira, Edênia Garcia, Maiara Barreto e Susana Scharnadorf

S5: Samuel Oliveira e Esthefany Rodrigues

S6: Talisson Glock, Laila Suzigan e Daniel Mendes

S8: Cecília Araújo

S9: Mariana Gesteira e Ruan Souza

S10: Phelipe Rodrigues

Deficiências visuais

S12: Carol Santiago e Douglas Matera

Deficiência intelectual

S14: Gabriel Bandeira, Débora Carneiro, Beatriz Carneiro e João Pedro Brutos

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