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Em um ano de combate à Covid-19, Governo de Rondônia reforça importância das medidas restritivas
Poder Executivo aumentou exponencialmente o número de leitos de UTIs em Rondônia por causa da Covid-19

Publicado 21/03/2021
Atualizado 21/03/2021

Fotos: Ítalo Ricardo, Frank Néry e Daiane Mendonça

Em março do ano passado, Rondônia registrou o primeiro caso positivo de Covid-19. Precisamente no dia 20, um morador de São Paulo que esteve de passagem pelo Estado deu entrada em uma unidade de saúde no município de Ji-Paraná e foi o primeiro caso confirmado em Rondônia. Dias antes da confirmação, tendo em vista o aumento expressivo do contágio no país e em outras regiões do mundo, o Governo do Estado já estava se organizando para iniciar o combate contra a doença.

Uma das principais ações do Executivo rondoniense foi a determinação de medidas de restrição de fluxo. Isso retardou o ciclo da pandemia no Estado, possibilitando a aquisição de equipamentos, construção de leitos em alvenaria, estruturação de hospitais com usinas de oxigênio e a aquisição de ventiladores pulmonares que seriam fundamentais para enfrentar a primeira onda. Todo o acompanhamento da pandemia se deu por meio da Sala de Controle de Incidentes (SCI), que foi criada pelo Governo de Rondônia já no primeiro momento que a pandemia começou a se alastrar, sendo presidida por representantes da Agência de Vigilância em Saúde (Agevisa), da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) e do Corpo de Bombeiros Militar (CBM).

Com um ano de luta contra o vírus, mais de 16 mil casos em Rondônia foram confirmados, segundo o Portal de Transparência da Saúde https://covid19.sesau.ro.gov.br. Para o fôlego de muitos, mais de 14 mil pessoas venceram a doença no mesmo período. Por trás desses dados há um cenário de intenso trabalho, um esforço diário que envolve vários profissionais das mais diversas áreas que atuam na linha de frente para conter o vírus e preservar vidas.

AÇÕES INTEGRADAS

Buscando ações assertivas e céleres, o Poder Executivo tratou de instituir o Grupo de Trabalho Técnico e Científico de enfrentamento à Covid-19, para analisar tendências, validar cenários, realizar projeções e embasar as decisões do Comitê Interinstitucional de Prevenção, Verificação e Monitoramento dos Impactos da Covid-19. O grupo de trabalho elaborou o “Plano de Ação Todos por Rondônia”, inicialmente idealizado com base em um sistema de controle robótico e aprimorado pela equipe de Soluções para Melhorias e Alcance de Resultados (Somar) da Casa Civil.

O Plano de Ação do Governo conta com um sistema de avaliação do crescimento e do risco da pandemia, assim como a avaliação da demanda e da oferta de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). O estrategista de dados do Comitê de Enfrentamento à Covid-19, Caio Nemeth, explica que cada município é avaliado individualmente e classificado à luz de uma matriz de riscos numericamente elaborada. As ações do “Plano Todos por Rondônia” vão desde a ampliação de leitos às determinações de distanciamento social, ampliando as medidas de mitigação de rebotes econômicos e sociais.

O Gabinete de Crise, também criado para administrar as medidas estratégicas a serem aplicadas, é composto por secretários de Estado e é por meio de todas essas equipes, com profissionais altamente capacitados que é discutido, analisado e determinado a elaboração dos decretos estaduais, de acordo com as notificações registradas pelo Sistemas de Informação em Saúde do Ministério da Saúde (e-SUS) de cada município.

AUMENTO DO NÚMERO DE CASOS

 

Desde o início do cenário pandêmico no Estado, o Governo de Rondônia vem reforçando constantemente a importância do uso das medidas preventivas, por intermédio dos protocolos de saúde sanitária, como lavar bem as mãos com água e sabão, usar máscara e manter o distanciamento social. Ainda de acordo com o estrategista de dados, Caio Nemeth, no primeiro momento a população em geral correspondeu às orientações por parte dos órgãos. Porém o cenário foi mudando e com ele o avanço da doença, provocando o aumento de casos que levou Rondônia ao primeiro pico, registrando mais de 800 casos no dia seis de junho de 2020. Este resultado gerou o anúncio do primeiro isolamento social restritivo.

Paralelo às ações da inteligência, havia a luta contra o tempo nas unidades hospitalares, tanto na área clínica quanto nas UTIs. Após o primeiro isolamento social restritivo, os dados apontaram uma queda significativa no processo de contaminação, chegando a 486 casos confirmados no dia 13 do mesmo mês, ou seja, uma semana depois do primeiro pico registrado no Estado. Em pouco tempo, entretanto, os números começaram a subir novamente batendo a marca de 1.136 casos confirmados em 23 de julho de 2020.

Pelos dados registrados no Portal de Transparência da Saúde https://covid19.sesau.ro.gov.br, página eletrônica disponível para qualquer cidadão, é possível notar a intensa oscilação de casos confirmados em Rondônia até o momento, números que representam vidas e histórias. Muitas delas, interrompidas abrupta e inesperadamente. Na análise do estrategista de dados, a oscilação desses números condiz muito com o mau comportamento de parte da população, que em sua maioria não respeita as determinações dos decretos estabelecidos, negligenciando a própria vida.

“Infelizmente, ainda contamos com um percentual expressivo de pessoas que não compreenderam a gravidade da situação, não fazem uso da máscara, não mantém o distanciamento e não respeitam a capacidade-limite de fluxo de pessoas nos estabelecimentos comerciais”, explica Caio Nemeth.

O profissional diz, ainda, que “o resultado é o que vemos: o sufocamento das unidades hospitalares que estão demandadas 24% acima da sua capacidade em UTIs”.

CENÁRIO PANDÊMICO AINDA MAIS DESAFIADOR 

A superlotação nas UTIs e nas unidades hospitalares tanto pública quanto privada, levou o Governo de Rondônia a tomar novas medidas. Em 17 de janeiro de 2021 foi publicado mais um decreto, entre diversos já elaborados, como uma das formas adotadas pelo Executivo Estadual para tentar quebrar o ciclo de contaminação.

A publicação levou em conta o cenário de cada município, de modo que as ações de combate ao vírus fossem compatíveis com a realidade de cada região. Logo, os municípios proporcionalmente com taxas mais altas, deveriam cumprir medidas mais restritivas. O decreto tinha como prazo final de validade o dia 30 de janeiro.

O resultado foi uma redução significativa no número de novos casos diários, porém com a chegada de novas variantes no Estado, as chamadas cepas, somado ao descaso de alguns que continuaram a realizar eventos clandestinos com aglomerações, a situação ficou ainda mais desafiadora. Jovens, idosos, pessoas com comorbidades e até mesmo crianças passaram a ser vítimas do vírus que desde então possui um nível maior de contágio. O resultado dessas novas variantes foi consolidado no mês de março deste ano, com uma mudança de perfil dos infectados e o aumento significativo de pacientes nas redes de saúde.

NO LIMITE

Diante de um cenário preocupante ainda, o Governo de Rondônia tem colocado em prática medidas mais restritivas em momentos de altas taxas de contaminação, realizado chamamento para contratação de médicos, feito transferências de pacientes para outros estados na tentativa de salvar vidas, além de promover, ao mesmo tempo, o equilíbrio entre a manutenção da Saúde da população e da economia rondoniense.

Na análise de Caio Nemeth, é possível afirmar que Rondônia poderia estar numa situação equivalente a 513% pior do que é observado o cenário pandêmico atual, o que equivale multiplicar o número de demandas por UTIs, ou mesmo o número de óbitos, em 5,13 vezes, ou seja: em virtude dos novos casos positivados para Covid-19, com a presença das novas variantes e o aceleramento do agravamento dos sintomas, nesta nova fase, Rondônia poderia estar numa escala de 5.13 vezes com mais infectados e, por óbvio, muito mais pessoas nas filas em busca de UTIs.

Este cenário devastador apresentado na análise só foi evitado por causa de medidas estratégicas adotadas pelo Poder Executivo Estadual, evitando consequentemente o número de mortes. “Tudo que precisamos fazer é seguir as restrições que já foram calculadas e passadas à população. Quando as pessoas não seguem essas medidas, o resultado é péssimo. O Governo tem buscado fazer a sua parte, mas a atitude da população faz toda a diferença”, observou Nemeth.

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Foto: SECOM/RO