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Senadores pressionam governo por organização no combate à pandemia

Publicado 12/03/2021

Fotos: Assessoria

A comissão temporária do Senado criada para acompanhar as ações de combate à covid-19 (CTCOVID19) vai ouvir mensalmente, até o final de junho, os ministros da Saúde, Eduardo Pazuello, e da Economia, Paulo Guedes. O colegiado também deve dar atenção especial ao fornecimento de dois itens essenciais no combate à pandemia: vacinas e oxigênio hospitalar. Segundo o presidente da comissão, senador Confúcio Moura (MDB-RO), o Senado tem assumido o protagonismo na busca por essas soluções, já que os parlamentares, conforme afirmou, estão perdendo a paciência com a desorganização do governo na condução da política de vacinas.

— Os casos de mortes pela pandemia em 2021 estão se agravando em relação a 2020. População e Congresso estão aflitos, e a descrença está enorme. Precisamos é de um cronograma real e certo de vacinação. Deixar de se falar algo numa semana e ‘desfalar’ o mesmo na semana seguinte. Precisamos organizar essa situação.

Em entrevista à Rádio Senado na terça-feira (9), Confúcio destacou que o papel da comissão temporária é colaborativo, por meio de um trabalho produtivo e eficiente. Segundo ele, a intenção é levar o governo brasileiro a tomar medidas como a busca por outras vacinas no mercado, não encomendadas no tempo correto.

— Nossa comissão não vem para perturbar ninguém, mas para trazer luz à população brasileira. Coletar informações e buscar ideias para conduzir essa situação. Temos 120 dias para apresentar resultados, num momento em que o protagonismo do Senado se mostra fundamental — observou.

Tragédia anunciada
Autor do requerimento da criação da comissão temporária, o senador Eduardo Braga (MDB-AM) ressaltou que a atual situação do país é uma “tragédia anunciada” provocada pelo negacionismo do governo federal diante da pandemia. Em entrevista à Rádio Senado na quinta-feira (11), o parlamentar disse que o Ministério da Saúde não conseguiu vencer a falta de planejamento para obtenção da vacina a tempo e em massa, causando a morte de milhares de brasileiros.

Apesar de reconhecer que o número absoluto de vacinados no Brasil é alto (mais de 9 milhões), Eduardo Braga disse que ainda é insuficiente, considerando o número de habitantes, que chega a 211,8 milhões, segundo o IBGE. O parlamentar considerou absurda a taxa de mortos por covid-19, que chegou a 1.705 por dia na média móvel. E disse que, além de permitir transparência e visibilidade das ações, a comissão de monitoramento proporciona a pressão política necessária sobre o governo na busca por soluções efetivas e imediatas.

— O governo precisa ser mais efetivo, mais proativo. Temos dois únicos caminhos para vencer essa pandemia: vacinação e uso da máscara, álcool e distanciamento, evitando aglomerações. Esses são os únicos caminhos para preservamos leitos hospitalares e UTIs, atendermos os doentes e salvarmos vidas. A comissão é o único instrumento de que dispomos no momento para darmos uma resposta ao povo brasileiro.

Falhas
Integrante da comissão temporária, o senador Otto Alencar (PSD-BA) considera que o governo federal falha ao incentivar o uso de vermífugos e hidroxicloroquina e não investir esforços na compra de vacinas. Em entrevista à Radio Senado na quarta-feira (10), ele disse que a comissão deve tomar decisões que ajudem a acelerar a compra das vacinas, bem como na aquisição de balões de oxigênio hospitalar pelos estados.

Otto Alencar, que é médico, disse que o coronavírus é uma virose e, como qualquer outra, somente é resolvida por meio de vacinação. Ele lembrou que chamou atenção do governo em maio de 2020 para assinar acordos de cooperação técnica no intuito de adquirir as vacinas. Mas lamentou que, ao invés disso, o Executivo tenha incentivado o uso de produtos que, segundo o senador, não têm nenhum fundamento científico para mitigar a doença.

— O coronavírus só é evitado com vacinação. Foi um absurdo a propaganda feita pelo próprio presidente Jair Bolsonaro, contrariando a ciência, os estudos, sendo que ele sequer é médico para receitar qualquer medicamento. O Congresso tem feito tudo o que é possível, dentro das prerrogativas de senadores e deputados. Houve, no entanto, desatenção e até omissão por parte do Poder Executivo — afirmou.

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Fonte: Assessoria de Imprensa