Eleição na Câmara: vitória de Maia é boia de salvação para oposição
Em negociação estão cargos na Câmara e em comissões permanentes. Oposição aplica 'plano de manejo' contra eventual vitória de Arthur Lira.
Contrariando a tradição nas disputas de primeiro turno para a presidência da Câmara, partidos de oposição, como PT, PSB e Rede, sinalizam que abrirão mão de candidaturas para unir forças com o grupo de Rodrigo Maia (DEM-RJ) contra o candidato ungido pelo Planalto, Arthur Lira, do PP.
A conciliação, relativamente rara, sinaliza não só para o poder de fogo do adversário, mas para o risco iminente de exclusão destes partidos de postos-chave na Câmara.
Estarão em jogo, pelas próximas semanas, posições que representam verdadeiras reservas de poder, como os cargos da Mesa Diretora e o comando de comissões permanentes importantes, como a de Constituição e Justiça, a de Finanças e Tributação, a de Orçamento - para ficar apenas naquelas pelas quais passarão alguns dos temas de interesse dos próximos dois anos de mandato de Jair Bolsonaro.
Embora a escolha destes cargos esteja sujeita a regras regimentais e à proporcionalidade dos partidos, acordos prévios permitem trocas e até partilhas de posições.
A recente carta em defesa da democracia, divulgada por Rodrigo Maia, reúne a assinatura de 11 líderes de partidos, inclusive de grupos até pouco tempo inconciliáveis, como petistas e parcela do dividido PSL.
O documento representou uma espécie de termo de compromisso possível em torno de conceitos genéricos e serviu para selar a união dos adversários de Arthur Lira.
Faz parte do "plano de manejo" dos prejuízos políticos já considerados certos, com a eventual vitória do candidato do Partido Progressista. Mas representa uma união casuística e de conveniência que dificilmente será mantida nos embates de plenário em 2021.
Fonte: r7