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Aras afirma que Lava Jato em Curitiba é 'caixa de segredos'
Aras disse que foram descobertos 50 mil documentos invisíveis à corregedoria

Publicado 29/07/2020

Foto: Jorge William/Agência O Globo/03-02-2020

O procurador-geral da República, Augusto Aras, afirmou nesta terça-feira (28) que a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba é uma "caixa de segredos".

"Em todo o MPF [Ministério Público Federal] no seu sistema único tem 40 terabytes. Para o funcionamento do seu sistema, a força-tarefa de Curitiba tem 350 terabytes e 38 mil pessoas com seus dados depositados, que ninguém sabe como foram escolhidos", afirmou Aras.

"Não se pode imaginar que uma unidade institucional se faça com segredos, com caixas de segredos."

A fala do chefe do MPF ocorreu durante a webconferência Os Desafios da PGR em Tempos de Pandemia, promovida pelo grupo Prerrogativas.

Aras disse que recentemente foram descobertos 50 mil documentos invisíveis à corregedoria. "Não podemos aceitar 50 mil documentos sob opacidade. É um estado em que o PGR não tem acesso aos processos, tampouco os órgãos superiores, e isso é incompatível", afirmou.

Em uma derrota para a Lava Jato, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Dias Toffoli, determinou no início do mês que os procuradores enviem à PGR todos os dados de investigações já colhidos pela operação, incluind as forças-tarefas de Curitiba, do Rio de Janeiro e São Paulo.

Em dez meses à frente do MPF, disse ele, sua gestão procurou reconduzir a instituição à sua unidade contra o que chamou de aparelhamento ocorrido em gestões anteriores.

"A nossa maior preocupação foi reconduzir [o MPF] à sua unidade", afirmou. "Não permitir que haja um aparelhamento desta instituição, que importa em segregação de muitos membros, que não concordam com este modus de fazer política institucional."

Aras disse que o Ministério Público vinha sendo muito mais uma instituição de independência individual de seus membros do que propriamente da unidade.

Ele ainda afirmou que buscou construir essa compreensão de unidade para, entre outros objetivos, acabar com "privilégios que alcançaram pequenos grupos, que partilharam de viagens internacionais, partilharam de favores, de cursos, de cargos".

De acordo com Aras, a atual gestão abriu todas essas oportunidades para que distintos segmentos da carreira pudessem mostrar sua capacidade e ter realização profissional.

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