Critérios do Plano Todos por Rondônia viram assunto permanente do Comitê de enfrentamento à Covid-19
A ampliação no número de leitos e do quadro de profissionais faz parte da medida de enfrentamento ao coronavírus
A revisão dos critérios de enquadramento dos municípios nas fases do Plano Todos por Rondônia, que estabelece a estratégia estadual de prevenção e combate ao coronavírus, tem sido o tema central das reuniões por meio de videoconferência do Comitê Interinstitucional de Prevenção, Verificação e Monitoramento dos Impactos da Covid-19, coordenado pelo governo do Estado. Na noite de sexta-feira (3), secretários e membros do Comitê voltaram a debater o assunto, reforçando que é natural e desejável a revisão periódica dos critérios de mudança de fase dos municípios, uma vez que a estratégia precisa refletir a dinâmica da evolução da pandemia, incluindo mecanismos de incentivo aos esforços das gestões municipais em linha com as ações coordenadas pelo Estado.
Com esse objetivo, o Grupo de Trabalho Técnico Científico que apoia o Comitê Interinstitucional tem se dedicado a analisar possíveis alterações propostas por diversos atores, buscando simular e avaliar os impactos dessas alterações, que poderão ser implementadas no fim do ciclo definido na Portaria nº 11, publicada no Diário Oficial do Estado de 29 de junho.
Trata-se, portanto, de uma revisão da metodologia de categorização elaborada para definir as medidas de distanciamento social que integram as ações de enfrentamento ao coronavírus, observado que este é apenas um dos eixos da estratégia, que também é composta por ações relacionadas ao aumento do número de leitos, estabelecimentos de protocolos terapêuticos que reduzam o agravo da doença, massificação da testagem, visando a detecção, isolamento e início precoce do tratamento dos positivados, entre outras medidas cujo objetivo principal é garantir que a velocidade de contaminação do vírus na população e a demanda de leitos daí decorrente não colapse o sistema de saúde em Rondônia, risco que vem se acentuando com mais intensidade nos últimos dias. Durante a videoconferência, foi reforçado que em nenhum momento partiu do governo a ideia de lockdown e sim medida para resguardo da saúde coletiva, bem como da situação econômica e social do estado, em virtude da propagação da Covid-19.
MENOR DANO À SAÚDE E ECONOMIA
A intenção clara do governo do Estado é assegurar o aprimoramento constante da estratégia, com critérios técnicos e embasamento científico, buscando tornar eficaz o esforço de capacitar o sistema de saúde e o sistema econômico a absorverem o impacto da pandemia em Rondônia, com o menor dano possível.
O Plano Todos por Rondônia define não somente medidas de distanciamento social, mas também recomendações, objetivos, responsabilidades, competências e ações, que deverão alinhar os esforços das instituições públicas e de toda a população, em busca do bem comum.
Durante a videoconferência, foram demonstradas evidências científicas de que houve uma considerável redução na demanda hospitalar após o período de isolamento restritivo adotado em Porto Velho entre os dias 6 a 14 de junho. As informações também apontam que o aumento da velocidade do contágio não decorre diretamente da atividade comercial – uma vez que a maioria dos estabelecimentos tem observado os rigorosos protocolos de segurança sanitária estabelecidos pela Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa) –, mas sim da movimentação de pessoas em locais públicos, que pode ser motivada tanto pelos deslocamentos para atividades laborais e compras nos estabelecimentos abertos, quanto por atividades de lazer, diversão, culto e quaisquer outras que levam a pessoa a sair de casa. Por essa razão, embora as restrições à atividade comercial sejam extremamente danosas à economia, entende o grupo técnico-científico que há evidências científicas razoáveis para considerar que tais restrições sejam um dos instrumentos necessários para evitar o aumento do contágio, juntamente com a fiscalização das restrições às atividades sociais.
TESTAGEM DRIVE-THRU
Por entender a relevância de que a estratégia seja implementada como um todo, o governo do Estado vem desenvolvendo ações de testagem rápida, no modelo de drive-thru, com a distribuição imediata do kit de medicamentos para os casos positivos, em complemento à testagem e dispensação de medicamentos que integra as ações de atenção básica, feita pelos municípios.
SAÚDE x ECONOMIA
O enfrentamento ao coronavírus trouxe à tona o debate “saúde versus economia” e o fato tem causado várias discussões em diferentes setores, principalmente dos atores relacionados ao setor econômico.
A Associação Rondoniense dos Municípios (Arom) chegou a solicitar da equipe técnica do governo que a formulação das regras que compõem as fases precisa ser revista e adequada às peculiaridades locais e comportamento da pandemia em cada município e não apenas à disponibilidade de leitos na macrorregião de saúde e à incidência de casos nos últimos sete dias.
A partir dessa solicitação, e de outras referências que têm surgido com a evolução do conhecimento mundial associado à dinâmica da pandemia, o Comitê tem analisado possíveis aprimoramentos nos critérios de classificação, no intuito de estimular os esforços dos municípios que têm desenvolvido ações eficazes na atenção básica ou mesmo na disponibilização de leitos de UTI.
Ao longo da próxima semana, o Comitê manterá reuniões com diversos segmentos e aprofundará os estudos necessários para incorporar novos mecanismos de indução ao comportamento social e de proteção à saúde da população, observando de forma pormenorizada a evolução da pandemia e as pressões no sistema de saúde oriunda de cada município, mapeando os riscos de colapso do sistema de saúde e as formas de mitigá-lo. Com isso, espera-se manter o alinhamento de todas as instituições de Estado para que não sejam dispersadas as forças necessárias ao enfrentamento do inimigo comum, o novo coronavírus, de forma a permitir que nossa população saia vitoriosa dessa batalha.
Fonte: Secom - Governo de Rondônia