AltoAlegreNotícias

AltoAlegreNotícias

Falta de equipamento e violações na cerca de aeroporto fazem Azul retirar todos os voos do interior
Em Ji-Paraná e Cacoal faltam equipamentos para voos por instrumento; já Vilhena enfrenta violações na cerca. Azul diz que só retoma operação após resolução dos problemas.

Publicado 19/06/2020

Foto: Maelly Nunes/Rede Amazônica

Os problemas estruturais nos aeroportos estaduais fizeram com que a Azul Linhas Aéreas retirasse todos os seus voos do interior de Rondônia. Antes da pandemia de coronavírus, a companhia realizava voos diários de Cuiabá (MT) para Cacoal, Ji-Paraná e Vilhena.

A Azul informou nesta semana ter optado em não voltar suas operações no interior por causa da estrutura aeroportuária.

Em Ji-Paraná, por exemplo, é preciso fazer a desapropriação de um dos lados da pista do aeroporto para ser implementado o IFR, equipamento que permite o chamado voo por instrumento. Segundo a Azul, isso é fundamental para a aproximação de aeronaves no período noturno e em condições meteorológicas adversas.

O problema no aeroporto de Cacoal também se refere ao IFR. Segundo a companhia aérea, o equipamento para pouso por instrumento foi instalado há vários meses, porém ainda não teve a documentação validada.

No Cone Sul do estado, a interrupção dos voos da companhia aconteceu por outro motivo: a constante violação na cerca aeroportuária de Vilhena. À reportagem, a companhia informou que esses problemas na cerca podem permitir a invasão de animais na pista, comprometendo assim a operação segura de pousos e decolagens.

O risco de invasão de animais na pista do aeroporto de Vilhena chegou a ser alertado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), no início de junho, quando uma coruja ficou presa a um arame no lado do aeroporto.

"A ave estava perto da cerca, mas poderia ter ido para a pista e assim uma possível de quase colisão ou colisão [com aeronave]. É essa a importância de um Plano Básico de Gerenciamento de Risco de Fauna, que não tem em Vilhena, mas já existe em aeroportos como o Galeão (RJ)", disse Thiago Baldine, da Semma.

Para a Azul, a retomada de suas operações no interior do estado vai depender das adequações de segurança.

"Embora as cidades rondonienses já contassem com as operações da companhia antes da pandemia da Covid-19, a falta de infraestrutura nesses aeroportos vinha trazendo dificuldades para as operações da Azul, resultando em atrasos e cancelamentos constantes", diz a companhia.

De quem é a responsabilidade dos aeroportos?

A manutenção dos aeroportos do interior do estado é de responsabilidade do governo de Rondônia, através do Departamento de Estradas de Rodagem, Infraestrutura e Serviços Públicos (DER-RO). Em fevereiro, o DER disse que a prioridade da atual gestão é "apoiar e fomentar a aviação regional".

O G1 questionou o governo de Rondônia, na quinta-feira (18), se há projetos de reparos na cerca do aeroporto de Vilhena e sobre os equipamentos de voo por instrumento para Cacoal e Ji-Paraná, mas não obteve retorno até a publicação da reportagem nesta sexta-feira (19).

À Rede Amazônica, o coordenador de infraestrutura aeroportuária do DER-RO, Eduardo Antônio Leal Fernandes, informou estar fazendo uma cobrança à Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), onde solicita que uma nova cerca seja implantada ao redor do aeroporto de Vilhena.

Segundo Fernandes, até o final do ano essa cerca será instalada, mas ele afirma também realizar rondas com veículos na pista para visualizar se há algum tipo de animal que possa, por ventura, impedir o pouso ou causar um acidente. "Um novo balizamento noturno está sendo estudando para maior segurança dos pousos noturnos em Vilhena", diz o coordenador.

A reportagem entrou em contato com a Anac, para verificar se o órgão federal recebeu o pedido de reparo na cerca de Vilhena, mas ainda não obteve retorno.

Antes da pandemia de Covid-19, Vilhena, Cacoal e Ji-Paraná movimentavam cerca de 13 mil passageiros através da Azul, por mês.

Gostou do conteúdo que você acessou? Quer saber mais? Faça parte do nosso grupo de notícias!
Para fazer parte acesse o link para entrar no grupo do WhatsApp:

Fonte: G1 RO