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Defendido veto à indicação de ex-ministro para Banco Mundial
Representantes da sociedade civil brasileira divulgaram uma carta endereçada aos embaixadores de sete países apelando para que vetem a indicação de Weintraub, para um cargo na direção do Banco Mundial.

Publicado 19/06/2020

Foto: © Marcelo Camargo/Agência Brasil

Representantes da sociedade civil brasileira divulgaram uma carta endereçada aos embaixadores de sete países apelando para que vetem a indicação do ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, para um cargo na direção do Banco Mundial.

Segundo o portal de notícias UOL, o documento foi endereçado aos embaixadores da Colômbia, República Dominicana, Equador, Haiti, Panamá, Filipinas, Suriname e Trinidad e Tobago, que são representados pelo indicado do Brasil num cargo da diretoria do Banco Mundial e que devem referendar a indicação do ex-ministro.

"Enviamos esta carta para desaconselhar fortemente a indicação do senhor Weintraub para este importante cargo e informá-lo sobre os possíveis danos irreparáveis que ele causaria à posição do seu país no Banco Mundial", lê-se no documento.

"Estamos convencidos de que o senhor Abraham Weintraub não possui as qualificações éticas, profissionais e morais mínimas para ocupar o assento da 15.ª Diretoria Executiva do Banco Mundial", continua a carta.

De acordo com o portal de notícias, entre os signatários da carta estão o ex-embaixador e ex-ministro brasileiro Rubens Ricupero, o empresário Philip Yang, os economistas Laura Carvalho e Ricardo Henriques, o advogado e professor Thiago Amparo, a historiadora e antropóloga Lília Moritz Schwarcz.

O documento foi elaborado com a ajuda de uma rede de organizações da sociedade civil brasileira.

Weintraub anunciou sua saída do Governo na tarde de quinta-feira, num vídeo em que aparece ao lado do presidente Jair Bolsonaro.

O ex-ministro afirmou que não iria discutir os motivos da sua saída do cargo ministerial.

"Sim, dessa vez é verdade. Eu estou saindo do Ministério da Educação. Vou começar a transição agora. Nos próximos dias passo o bastão ao ministro que vai ficar no meu lugar, interino ou definitivo. Neste momento, eu não quero discutir os motivos da minha saída. Não cabe", disse Weintraub.

E anunciou: "O importante é dizer que eu recebi o convite para ser o diretor de um banco. Eu já fui diretor de banco no passado. Volto ao mesmo cargo, porém no Banco Mundial".

Weintraub afirmou, hoje de manhã, que pretende deixar o Brasil "o mais rápido possível".

"Estou saindo do Brasil o mais rápido possível (poucos dias). NÃO QUERO BRIGAR! Quero ficar quieto, me deixem em paz, porém, não me provoquem!", escreveu na sua conta na rede social Twitter.

O ex-governante foi indicado para assumir um cargo na representação brasileira da direção do Banco Mundial, com sede em Washington, nos Estados Unidos.

A permanência de Weintraub no Governo estava sendo debatida nos últimos dias, após o ministro ter participado, no domingo, numa manifestação pró-Bolsonaro, movimento que não agradou ao Presidente.

Contudo, as polêmicas envolvendo o ex-ministro da Educação começaram logo após o mesmo ter assumido a pasta, há 14 meses, em substituição de Ricardo Vélez Rodríguez.

Weintraub acumulou desavenças com reitores de universidades, estudantes e parlamentares, após ter decretado duros cortes na Educação, assim como causou problemas diplomáticos com a China e Israel. Mais recentemente, entrou em conflito com juízes do Supremo Tribunal Federal (STF).

Apesar de ser uma figura conhecida e admirada pela militância mais fiel de Jair Bolsonaro, Weintraub acabou por ceder, tornando-se no quarto ministro a sair do Governo nos últimos dois meses, depois de Henrique Mandetta e Nelson Teich, ambos da pasta da Saúde, e de Sergio Moro, que pediu demissão do Ministério da Justiça.

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