Assessores do MEC aguardam demissão de Weintraub nesta quinta
Weintraub deve cair após um longo desgaste político com os ministros do STF
Assessores próximos do ministro da Educação, Abraham Weintraub, aguardam para esta quinta-feira (18) o capítulo final sobre sua demissão do cargo.
A expectativa dentro do ministério é que ele e o presidente Jair Bolsonaro anunciem sua saída do comando do MEC. Segundo aliados, a queda não deve passar de sexta-feira (19).
Weintraub deve cair após um longo desgaste político com os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), agravado com o episódio do último domingo (14) em que compareceu a um protesto em Brasília de apoiadores do governo.
No encontro com manifestantes, sem citar ministros do STF, Weintraub voltou a usar a palavra "vagabundos", em uma referência à afirmação dele na reunião ministerial de 22 de abril, em que disse: "Eu, por mim, colocava esses vagabundos todos na cadeia. Começando no STF".
As declarações provocaram uma reação do Supremo, que nos bastidores tem cobrado a demissão do ministro. Sua permanência ficou insustentável, segundo assessores presidenciais, e a saída passou a ser defendida pelo entorno de Bolsonaro, que sofre pressão dos filhos para mantê-lo no MEC.
Bolsonaro pode indicar um ministro interino para o cargo, como antecipou a colunista Mônica Bergamo.
Ele tenta ainda resolver a situação do próprio Weintraub, que ganharia um cargo no exterior –em uma representação diplomática ou em um banco internacional. O ministro Paulo Guedes foi escalado para tentar resolver a questão.
Bolsonaro tem sido pressionado a manter a pasta sob o comando da ala ideológica e olavista de apoio ao governo.
A opção mais forte até agora é que um funcionário do ministério assuma a pasta de modo interino até a definição do novo ministro.
O secretário de Alfabetização do MEC, Carlos Nadalim, é o principal nome que circula no grupo de bolsonaristas mais ideológicos.
Nadalim chegou ao cargo por indicação do escritor Olavo de Carvalho ainda na equipe do ex-ministro Ricardo Vélez Rodríguez –quando este foi demitido, também houve campanha para que Nadalim fosse nomeado ministro.
O governo não ignora o desgaste de insistir com um olavista; os acenos ideológicos de Weintraub culminaram na atual crise com o STF.
Nome forte na militância, Nadalim não tem, por outro lado, nem apoio de militares, nem respaldo do Congresso –partidos do centrão, que agora apoiam o governo, também articulam para emplacar o substituto.
Outra nome que tem ganhado força é o do presidente da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), Benedito Aguiar.
Fonte: Notícias ao Minuto