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Tratos culturais do café: cinco processos que fazem a diferença no campo
Veja quais são os processos essenciais para assegurar a evolução de desempenho da produção e minimizar fatores externos que possam comprometer a produtividade da safra

Publicado 15/04/2020

Foto: Shutterstock

Na cultura do café, alguns tratos culturais que incluem a prática de controle fitossanitário podem fazer uma grande diferença para a sustentabilidade e a produtividade no campo. O segredo do sucesso está em executá-las de modo integrado e regular, para assegurar a mesma prioridade a cada uma dessas frentes, que demandam cuidados especiais, da implantação da lavoura à colheita todos os anos.

Entre os tratos culturais que se destacam na lavoura cafeeira, cinco processos são essenciais para assegurar a evolução de desempenho da produção e minimizar fatores externos que possam comprometer a produtividade da safra.

  • Prevenção e tratamentos combinados contra doenças

As doenças que afetam o café representam um risco que precisa ser monitorado desde a fase do viveiro até o campo. Um dos maiores inimigos da sanidade da cafeicultura brasileira é a ferrugem do cafeeiro, causada pelo fungo Hemileia vastatrix. Os impactos dessa doença na safra 2018/2019 chegaram a ser estimados em uma redução de até 35% na produção de café, segundo um estudo conjunto do Instituto Agronômico e do Instituto Biológico, ligados à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

O controle químico adequado, que reúna em um só produto a prevenção e o tratamento no combate à ferrugem do cafeeiro, tem se revelado uma solução eficaz no manejo da doença por dois motivos. Primeiro: garantir proteção ao longo do ciclo de desenvolvimento da planta. E segundo: agir com a velocidade de absorção necessária no tempo certo para o controle curativo da doença já instalada.

Essa é a proposta das novas gerações de fungicidas, que integram efeito protetor e curativo, combinando na composição grupos químicos com propósitos e efeitos distintos. Um deles é o Triazol, que tem ação curativa e utiliza o tecido vascular presente nas folhas para se translocar, evitando a reprodução do fungo de dentro para fora. Outro é a Estrobilurina, que penetra na superfície foliar e se sedimenta para criar uma espécie de camada protetora, o que minimiza a contaminação por esporos do fungo trazidos pelo vento ou transferidos por contato entre plantas muito próximas.

  • Controle efetivo de pragas

O controle químico com inseticidas adequados é outro trato cultural recomendado para conter os danos provocados pelas pragas à produção do café. Ações preventivas são muito importantes para manter o nível de infestação das pragas abaixo no nível de dano econômico.

Duas das principais pragas da cafeicultura, sinônimo de prejuízos quando não combatidas com produtos assertivos e a aplicação do inseticida no estágio certo, são: 1. broca do café (Hipothenemus hampei), que provoca danos nos frutos comprometendo a qualidade dos mesmos e até a produtividade; e 2. bicho-mineiro (Leucopetera coffeella), que provoca danos nas folhas, que culminan em desfolha comprometendo a produtividade.

Outra praga que tem ganhado destaque, principalmente no café conilon, é a cochonilha.

  • Manejo inteligente de plantas daninhas

O manejo integrado é importante de se considerar quando o assunto é plantas daninhas na cafeicultura. Nesse sentido, o primeiro passo é sempre dimensionar os ganhos potenciais que algumas espécies, como por exemplo a braquiária, podem proporcionar quando presentes na entrelinha da lavoura de café: ampliar a capacidade do solo de reter água; minimizar efeitos erosivos; produzir matéria orgânica mais rica em nutrientes; e servir de abrigo a inimigos naturais de pragas.

Todavia, na linha de plantio do cafeeiro, também conhecida como sob a “saia do café”, é altamente desejável que as plantas de café estejam livres da matocompetição por absorção de nutrientes, água e luz. Neste caso, é importante fazer o manejo com herbicidas pós-emergente e pré-emergente para garantir residual de controle além da dessecação.

  • Podas adequadas a cada fase do ciclo

As podas são essenciais em safras específicas, em que a planta necessita para obter os resultados esperados e assegurar o máximo de produtividade do café nas safras seguintes. As técnicas exigem capacitação prévia e devem estar sempre alinhadas às prioridades de desenvolvimento da planta e da lavoura.

As desbrotas também devem ser adotadas constantemente para eliminar ramos poucos produtivos, agregam ainda como importante contribuição a preservação da arquitetura do cafeeiro.

Já as podas de produção visam corrigir problemas – como evitar que o crescimento excessivo resulte no chamado fechamento do cafezal – ou facilitar o processo de colheita mecanizada, por exemplo.  Igualmente relevante, a poda de renovação (recepa) terá papel fundamental sempre que a estrutura vegetativa – impactada por fatores intrínsecos à lavoura ou externos – tiver de ser recuperada integralmente.

  • Equilíbrio na adubação

A adubação deve estar 100% alinhada aos resultados que a análise química do solo apresentar. Entre as técnicas estão a adubação de cova, cobertura ou foliar, que podem ser usadas de modo combinado, a fim de garantir uma nutrição correta à cafeicultura.

Os níveis de fertilidade determinarão quais as práticas recomendadas desde a etapa de plantio. Um dos focos é corrigir deficiências e equilibrar excessos identificados na composição mineral. Outra prioridade está em dimensionar a suplementação de todos os tipos de macro e micronutrientes, essenciais ao crescimento e desenvolvimento do cafeeiro.

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Fonte: Canal Rural