Mapa indica o plantio de milho 2ª safra com braquiária para mais cinco estados
Produtores do Acre, Pará, Maranhão, Tocantins e Piauí poderão realizar o plantio do milho consorciado com braquiária, em 2ª safra, acessando programas governamentais
Gabriel Rezende Faria/Embrapa
Mais cinco estados passarão a ter o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) do consórcio milho 2ª safra com braquiária. São eles: Acre, Pará, Maranhão, Tocantins e Piauí. Os estados foram incluídos após revisão do mapeamento feito pela Embrapa este ano. As portarias foram publicadas no Diário Oficial da União desta sexta-feira (20).
Além dos cinco, o zoneamento contemplava Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná e São Paulo. Em breve, devem ser publicadas portarias do Zarc para o consórcio milho com braquiária para outros estados do Nordeste.
Os novos estudos para o consórcio milho 2ª safra com braquiária trouxe outras novidades. A partir de agora, o zoneamento da cultura será apresentado em três níveis de riscos, ou seja, será possível identificar qual o risco de plantio, por decêndio (dez dias), para os riscos de 20%, 30% e 40%.
Até então, o zoneamento para o consórcio contemplava janelas de plantio somente para o risco de 20%. A metodologia permitiu a elaboração de um calendário de plantio para cada município, correlacionado ao ciclo das cultivares e ao tipo de solo, conforme sua capacidade de retenção de água, utilizando dados de séries históricas com média de 20 anos de registros diários nas estações meteorológicas disponíveis.
Como é o plantio do milho com a braquiária
O plantio simultâneo do milho com a braquiária em 2ª safra permite que o produtor continue a ter duas safras e ainda possa incluir a forrageira no sistema. A forrageira (braquiária), após a colheita do milho, pode ser utilizada para alimentação animal ou para proteção do solo, servindo de palhada para realização do Plantio Direto (PD) na safra de verão seguinte. O consórcio também é uma estratégia economicamente eficiente para formação ou reforma de pastagens.
A rotação de culturas anuais e pastagens é uma das alternativas para o manejo sustentável dos solos e dos recursos hídricos, pois, as pastagens quando bem manejadas, são mais eficientes na reciclagem de nutrientes, na reestruturação do solo, no armazenamento da água e na produção de matéria orgânica do que as culturas anuais, obtendo efeitos positivos na qualidade do solo.
Esse sistema, conhecido como Integração Lavoura-Pecuária (ILP), é recomendado aos produtores que buscam diversificar a produção e superar os problemas advindos de cultivos anuais sucessivos, como plantas invasoras e pragas, além de minimizar o impacto de estiagens nas lavouras sucessoras.
Os resultados obtidos com a ILP no Brasil demonstram os benefícios deste sistema no aumento da produção de grãos e carne, na redução dos custos de produção, na maior capitalização dos produtores, no melhoramento e na conservação das características produtivas do solo, no desenvolvimento do setor rural, na estabilidade econômica, na geração de mais empregos diretos e indiretos e na sustentabilidade agropecuária.
Para que serve o Zarc?
O zoneamento tem o objetivo de reduzir os riscos relacionados a problemas climáticos e permite ao produtor identificar a melhor época para plantar, levando em conta a região do país, a cultura e os diferentes tipos de solos.
O sistema considera elementos que influenciam diretamente no desenvolvimento da produção agrícola como temperatura, chuvas, umidade relativa do ar, ocorrência de geadas, água disponível nos solos, demanda hídrica das culturas e elementos geográficos (altitude, latitude e longitude).
Os agricultores são obrigados a seguir as indicações do Zarc para enquadrar operações de Proagro no âmbito do crédito rural, para acessar o Pronaf e para ter acesso ao Programa de Seguro Rural (PSR).
Fonte: Mapa