Mais de 10 casos de Aids são registrados por mês em Rondônia
De 2008 a 2018, taxa de detecção foi 77% maior que no período anterior. Foram realizados quase 4 mil diagnósticos nos últimos 10 anos.
Foto: Secom/Divulgação
Mais de 6 mil pessoas de Rondônia foram diagnosticadas com a Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (Aids) nos últimos 38 anos. O número corresponde a uma média mensal de 13 casos positivos para a doença. Os dados são do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis.
Segundo o Departamento, 3.872 casos de Aids foram registrados em Rondônia entre 2008 e 2018, um aumento percentual de quase 77% em relação aos dados de 1980 a 2007. O número de óbitos chega a 900 em 10 anos, 62% a mais que o último período analisado.
Homens heterossexuais maiores de 13 anos têm os maiores números de diagnóstico da Aids, isto é, quase 63% dos casos registrados desde 2018. Nesses 38 anos foram 1.814 casos, enquanto em homossexuais e bissexuais foram 872.
Apesar da ocorrência em mulheres ser menor em relação a homens, ainda há um aumento preocupante de 52% nos últimos anos, quando mais de 1,4 mil casos foram informados.
O levantamento também mostrou que de 769 casos registrados de gestantes portadoras do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), 601 deles correspondem aos últimos 10 anos, um aumento de 413% em relação aos anos de 1980 a 2007.
A cidade de Porto Velho corresponde ao maior número de pessoas com Aids, com 2.794 casos. Logo após aparece Ariquemes, com 265 notificações; Ji-Paraná em terceiro, com 255; Vilhena em quarto lugar, com 181 e logo em seguida Cacoal, com 91 casos.
Os indicadores ainda apontam que, até junho de 2019, 137 novos casos foram detectados no estado. Não foram feitas novas atualizações até o momento.
Diferença entre HIV e Aids
Viver com o HIV é diferente de ter Aids. HIV é a sigla em inglês para Vírus da Imunodeficiência Humana. Ele ataca principalmente células do sistema de defesa chamadas CD4 e torna o organismo mais vulnerável a outros vírus, bactérias e ao câncer.
No entanto, a maioria das pessoas que têm HIV não têm Aids porque no Brasil o tratamento com remédios chamados antirretrovirais é universal e acessível pelo SUS. As pessoas com HIV e que se tratam têm a mesma expectativa de vida das pessoas que não têm o HIV.
Apenas as que não se tratam ou sofrem algum tipo de problema na terapia não conseguem reduzir essa replicação e desenvolvem Aids, que é a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, um conjunto de sinais e sintomas relacionados à falência do sistema de defesa, caracterizada por uma série de infecções oportunistas e câncer.
Diagnóstico de HIV/Aids
O diagnóstico da infecção pelo HIV é feito a partir da coleta de sangue ou por fluido oral. No Brasil, existem os exames laboratoriais e os testes rápidos, que detectam os anticorpos contra o HIV em cerca de 30 minutos. Esses testes são realizados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), nas unidades da rede pública e nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA).
Os exames podem ser feitos de forma anônima. Nos centros, além da coleta e da execução dos testes, há um processo de aconselhamento para facilitar a correta interpretação do resultado pelo(a) usuário(a).
Também é possível saber onde fazer o teste pelo Disque Saúde (136). Além da rede de serviços de saúde, é possível fazer os testes por intermédio de uma Organização da Sociedade Civil, no âmbito do Programa Viva Melhor Sabendo. Em todos os casos, a infecção pelo HIV pode ser detectada em, pelo menos, 30 dias a contar da situação de risco. Isso porque o exame (o laboratorial ou o teste rápido) busca por anticorpos contra o HIV no material coletado. Esse é o período chamado de janela imunológica.
Fonte: G1 RO