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Corpos encontrados em caminhão eram de chineses, diz polícia
Motorista segue preso sob suspeita de assassinato. Segundo a polícia, do total, 31 vítimas eram homens e 8, mulheres

Publicado 24/10/2019

Foto: Reprodução

As 39 pessoas encontradas mortas, na madrugada de quarta-feira (23/10/2019), dentro de um contêiner refrigerado eram de nacionalidade chinesa, segundo informações da polícia britânica. Do total, 31 eram homens e 8, mulheres. Os corpos estavam em um caminhão no Parque Industrial Waterglade, em Grays, no condado de Essex, no sudeste do Reino Unido. O motorista Mo Robinson, de 25 anos, segue preso sob acusação de assassinato.

As autoridades realizaram ainda na noite de ontem buscas em três propriedades em Co Armagh, na Irlanda do Norte, que podem estar relacionadas ao suspeito. Ele mora na cidade norte-irlandesa de Portadown. A polícia explica que o caminhão veio da Bélgica, mas está registado na Bulgária. Os investigadores belgas referiram, entretanto, que ainda não é claro quando é que as vítimas foram colocadas lá e se isso aconteceu em território belga.

A rota que o caminhão percorreu ainda está sendo determinada. De acordo com a polícia britânica, o reboque do caminhão chegou aproximadamente às 23h30 de segunda-feira (horário local) a Purfleet, porto do Tâmisa, procedente de Zeebrugge, Bélgica, enquanto a cabine partiu da Irlanda do Norte. O Ministério Público Federal da Bélgica informou que o contêiner do caminhão passou por Zeebrugge na terça-feira (22/10).

Os policiais afirmam que foram acionados por socorristas do Leste da Inglaterra para uma ocorrência no Parque Industrial Waterglade, na Eastern Avenue, com o relato de que as 39 pessoas foram encontradas mortas no interior do caminhão. Acreditava-se que se tratavam de 38 adultos e um adolescente, no entanto, foi confirmado depois que a vítima era uma mulher adulta jovem.

O caminhão foi removido ainda ontem do local para uma área segura nas docas de Tilbury, para que a próxima etapa, de identificação das vítimas, seja conduzida de forma a respeitar a dignidade delas. “Cada uma das 39 pessoas deve passar por um processo de identificação completo para estabelecer a causa de morte, antes de passarmos a tentar identificar cada indivíduo. Esta será uma operação substancial e, neste estágio, não podemos estimar quanto tempo esses procedimentos levarão”, disse a polícia.

A área próxima ao parque industrial ficou durante todo o dia isolada com faixas, cercas e tendas forenses, o que deixou o trânsito muito complicado. Até a manhã desta quinta-feira (24/10/2019), flores e outras homenagens começavam a ser colocadas em frente ao local, em respeito aos 39 mortos.

Polícia investiga quadrilha internacional
Segundo o jornal The Sun, o motorista Mo Robinson, de 25 anos, está prestes a ser pai. Ele é motorista de caminhão há mais de cinco anos e, de acordo com a investigação da polícia em Londre, não é dono do caminhão usado para transportar as vítimas chinesas. O veículo foi registrado em Varna, na Bulgária, em 2017. Segundo a polícia, o caminhão não havia voltado à Bulgária desde então.

Além de identificar as vítímas, autoridades da Agência Nacional do Crime buscam indícios da atuação de uma quadrilha internacional que pode estar envolvida com a entrada ilegal de imigrantes.

A Bulgária é porta de entrada popular na Europa para migrantes que fogem de conflitos civis em países como Síria, Afeganistão e Iraque. No ano passado, 12 búlgaros foram condenados pelas mortes de 71 pessoas, que morreram sufocadas em um caminhão selado na Áustria. O local era tão apertado, que as vítimas sequer conseguiam sentar. Os corpos foram encontrados em decomposição.

Em 2000, 58 imigrantes perderam a vida em um caminhão que viajava de balsa da Bélgica para a Grã-Bretanha. Eles provavelmente morreram de asfixia depois de ficarem presos no recipiente por mais de 18 horas.

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Fonte: Metrópoles

Aviso Este site acompanha casos policiais. Todos os conduzidos e/ou envolvidos são tratados como suspeitos e é presumida sua inocência até que se prove o contrário. Recomenda-se ao leitor critério ao analisar as reportagens e emitir algum juízo de valor.