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INDICADORES DA PECUÁRIA CRESCEM EM RELAÇÃO AO 2º TRIMESTRE DE 2018
A demanda externa, impulsionada sobretudo pela China, favoreceu o mercado de carnes

Publicado 12/09/2019

Foto: Reprodução

No 2º trimestre de 2019, as principais atividades da pecuária cresceram em relação ao mesmo período de 2018: houve altas no abate de bovinos (3,5%), de suínos (5,2%) e o de frangos (3,4%), bem como na aquisição de leite (6,9%) e de couro (1%). A produção de ovos, por sua vez, cresceu 7,2% e bateu o recorde da série histórica, iniciada em 1987. A demanda externa, impulsionada sobretudo pela China, favoreceu o mercado de carnes. Além disso, a base de comparação entre os segundos trimestres de 2018 e 2019 foi afetada pela paralisação dos caminhoneiros, ocorrida ano passado, contribuindo para a ocorrência das variações positivas.

Abate de bovinos cresce 3,5% em relação ao mesmo trimestre de 2018

No 2º trimestre de 2019, foram abatidas 8,04 milhões de cabeças de bovinos sob algum tipo de serviço de inspeção sanitária. Essa quantidade foi 3,5% superior à obtida no 2° trimestre de 2018, período em que foi deflagrada a paralisação dos caminhoneiros, e 1,4% acima da registrada no trimestre imediatamente anterior.

O abate de 268,55 mil cabeças de bovinos a mais no 2º trimestre de 2019, em relação ao mesmo período de 2018, foi impulsionado por altas em 17 das 27 Unidades da Federação (UFs). Entre aquelas com participação acima de 1,0%, as variações positivas foram: Mato Grosso (+257,03 mil cabeças), Mato Grosso do Sul (+99,22 mil cabeças), São Paulo (+45,03 mil cabeças), Rondônia (+28,18 mil cabeças), Santa Catarina (+12,63 mil cabeças) e Bahia (+6,43 mil cabeças). Já as reduções mais intensas foram em Goiás (-73,78 mil cabeças), Rio Grande do Sul (-64,30 mil cabeças), Pará (-63,68 mil cabeças) e Maranhão (-13,97 mil cabeças).

No ranking das UFs, Mato Grosso continua liderando o abate de bovinos, com 17,8% do total nacional, seguido por Mato Grosso do Sul (11,4%) e São Paulo (10,1%).

Abate de suínos cresce 5,2% em relação ao mesmo período de 2018

No 2º trimestre de 2019 foram abatidas 11,39 milhões de cabeças de suínos, representando aumentos de 5,2% em relação ao mesmo período de 2018 e de 0,9% na comparação com o 1° trimestre de 2019. Foi o melhor 2° trimestre da série histórica iniciada em 1997, fortalecido por desempenho recorde para meses de abril e maio. Já a queda de 12,1% registrada em junho de 2019 em relação a 2018 deveu-se aos efeitos da greve dos caminhoneiros deflagrada em maio de 2018, que postergou para o mês seguinte parte da produção não realizada.

O abate de 560,38 mil cabeças de suínos a mais no 2º trimestre de 2019, em relação ao mesmo período de 2018, foi impulsionado por aumentos em 20 das 25 UFs participantes da pesquisa. Entre os Estados com participação acima de 1%, ocorreram aumentos em: Santa Catarina (+199,00 mil cabeças), Rio Grande do Sul (+118,62 mil cabeças), São Paulo (+79,90 mil cabeças), Mato Grosso (+61,92 mil cabeças), Minas Gerais (+48,04 mil cabeças), Paraná (+37,39 mil cabeças) e Goiás (+17,28 mil cabeças). A redução ocorreu em Mato Grosso do Sul (-9,29 mil cabeças).

No ranking das UFs, Santa Catarina continua liderando o abate de suínos, com 26,8% da participação nacional, seguido por Paraná (20,0%) e Rio Grande do Sul (18,5%).

Abate de frangos cresce 3,4% em relação ao mesmo trimestre de 2018

No 2º trimestre de 2019, foram abatidas 1,42 bilhão de cabeças de frangos. Houve aumento de 3,4% na comparação com o mesmo período de 2018 e queda de 0,9% em relação ao trimestre imediatamente anterior. O crescimento na comparação anual também se deve a uma base de comparação mais baixa, devido à greve dos caminhoneiros ocorrida em 2018.

O abate de 47,30 milhões de cabeças de frangos a mais no 2º trimestre de 2019, em relação a igual período do ano anterior, foi determinado por aumentos no abate em 15 das 24 Unidades da Federação que participaram da pesquisa. Entre aquelas com participação acima de 1,0%, ocorreram aumentos em: Paraná (+31,71 milhões de cabeças), Santa Catarina (+17,57 milhões de cabeças), Goiás (+11,40 milhões de cabeças), Minas Gerais (+3,93 milhões de cabeças), Mato Grosso (+1,02 milhões de cabeças) e Pará (+940,18 mil cabeças). Em contrapartida, ocorreram quedas em: São Paulo (-9,86 milhões de cabeças), Rio Grande do Sul (-8,94 milhões de cabeças), Bahia (-1,56 milhão de cabeças) e Mato Grosso do Sul (-374,58 mil cabeças).

No ranking das UFs, o Paraná continua liderando o abate de frangos, com 32,0% da participação nacional, seguido por Santa Catarina (14,2%) e Rio Grande Sul (14,2%).

Aquisição de Leite cresce 6,9% em relação ao mesmo período de 2018

No 2º trimestre de 2019, a aquisição de leite cru feita pelos estabelecimentos que atuam sob algum tipo de inspeção sanitária (Federal, Estadual ou Municipal) foi de 5,85 bilhões de litros, equivalente a um aumento de 6,9% em relação ao 2° trimestre de 2018, e a uma queda de 5,8% em comparação ao trimestre imediatamente anterior. A série histórica, iniciada em 1997, mostra a sazonalidade do setor leiteiro: os menores índices anuais de captação costumam ocorrer nos 2° trimestres, devido ao período de entressafra nas principais bacias leiteiras.   

Na comparação com o mesmo período em 2018, o acréscimo de 375,69 milhões de litros de leite captados em nível nacional é proveniente do aumento registrado em 22 das 26 UFs participantes da Pesquisa Trimestral do Leite. Em nível de Unidades da Federação, os aumentos mais relevantes, em valores absolutos, ocorreram em Paraná (+79,78 milhões de litros), Santa Catarina (+65,67 milhões de litros), Goiás (+64,71 milhões de litros), Minas Gerais (+53,71 milhões de litros), São Paulo (40,38 milhões de litros) e Ceará (19,14 milhões de litros). As reduções mais significativas ocorreram Rondônia (-16,26 milhões de litros) e Espírito Santo (-6,53 milhões de litros).

Minas Gerais continuou liderando o ranking nacional de aquisição de leite, com 24,8% da aquisição nacional, seguida por Paraná (13,0%) e Rio Grande do Sul (12,9%).

Aquisição de Couro cresce 1% em relação a 2018

No 2º trimestre de 2019, os curtumes investigados pela Pesquisa Trimestral do Couro – aqueles que efetuam curtimento de pelo menos 5.000 unidades inteiras de couro cru bovino por ano – declararam ter recebido 8,39 milhões de peças de couro. Esse total, representa um aumento de 1,0% em relação ao adquirido no 2° trimestre de 2018 e decréscimo de 0,9% frente ao 1° trimestre de 2019.

O comparativo com os 2º trimestres de 2018 indica uma alta de 81,77 mil peças no total adquirido pelos estabelecimentos. Os destaques positivos em números absolutos foram Mato Grosso do Sul (+132,44 mil peças), Rondônia (+119,54 mil peças) e Mato Grosso (+77,91 mil peças). As maiores reduções absolutas ocorreram em Rio Grande do Sul (-94,80 mil peças) e Pará (-91,75 mil peças).

Mato Grosso continua a liderar a relação de Unidades da Federação que recebem peças de couro cru para processamento, com 16,5% da participação nacional, seguido por Mato Grosso do Sul (14,5%) e São Paulo (12,0%).

Produção de Ovos de Galinha bate o recorde da série

Foram produzidas 942,45 milhões de dúzias de ovos de galinha no 2º trimestre de 2019: 7,2% acima do apurado no 2º trimestre de 2018 e mais 1,9% em relação ao trimestre imediatamente anterior. Considerando a série histórica da pesquisa, iniciada em 1987, a produção foi recorde, superando o pico anterior obtido no 4° trimestre de 2018 quando foram produzidas 941,42 milhões de dúzias.

A produção nacional de 62,91 milhões de dúzias de ovos a mais, em relação ao mesmo trimestre de 2018, foi impulsionada por aumentos em 22 das 26 UFs com granjas enquadradas no universo da pesquisa. Os maiores aumentos quantitativos ocorreram em São Paulo (+18,05 milhões de dúzias), Ceará (+9,12 milhões de dúzias), Minas Gerais (+7,70 milhões de dúzias), Paraná (+7,59 milhões de dúzias) e Espírito Santo (+7,35 milhões de dúzias).

São Paulo seguiu como maior produtor de ovos, com 28,9% da produção nacional, seguido pelo Espírito Santo (9,6%), Minas Gerais (9,4%) e Paraná (9,1%).

Mais da metade das granjas do país (56,9% ou 1 071), produziram ovos para o consumo, respondendo por 82,0% do total de ovos produzidos, enquanto 812 granjas (43,1%) produziram ovos para incubação, respondendo por 18,0% do total.

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