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Ministério da Saúde entrega 18 mil insumos e medicamentos para o território Yanomami
Itens de saúde serão usados para compor salas de estabilização, malas de emergência e atender emergências obstétricas

Publicado 18/11/2024

Foto: Matheus Brasil/MS

O Ministério da Saúde abasteceu o território Yanomami com 18 mil insumos e medicamentos para compor salas de estabilização, malas de emergência e atender emergências obstétricas. A medida é mais um investimento da pasta para evitar a retirada de indígenas para o ambiente urbano.

A entrega, realizada na última semana, comtempla medicamentos não listados na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename) , que é a lista de medicamentos instituída no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) .

Os insumos foram adquiridos pela Agência Brasileira de Apoio à Gestão do SUS (AgSUS) , dentro do Plano Emergencial de Saúde para a região. A Central de Abastecimento Farmacêutico do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) Yanomami administra o estoque.

Os remédios entregues serão distribuídos de forma centralizada para os polos-base, conforme as demandas específicas de cada região. Parte do material também será destinado à Casa de Saúde Indígena (Casai) Yanomami, responsável pelo atendimento médico especializado à população indígena da área.

Entre os itens entregues, estão medicamentos contra sangramentos após traumas, dores intestinais, náuseas e vômitos, antibióticos e antieméticos.

Vela a lista de medicamentos entregues:

  • Ácido tranexâmico;
  • Ceftriaxona sódica;
  • Cloreto de sódio;
  • Escopolamina;
  • Furosemida;
  • Metronidazol;
  • Norepinefrina;
  • Ondansetrona;
  • Ringer associado com sódio;
  • Simeticona;
  • Tenoxicam

O médico Alysson Figueiredo, coordenador de remoção no Dsei Yanomami, explica que o abastecimento contempla duas atenções simultâneas: a atenção primária e secundária.

“Com insumos adequados, que serão distribuídos nas salas vermelhas e nos locais onde há necessidade de atenção especializada, a tendência é que os índices de remoção continuem a diminuir”, destaca.

Alysson salienta que a distribuição de medicamentos não listados na Rename é uma inovação. “A necessidade foi percebida com as equipes em território, durante os atendimentos e descrito em relatórios. É uma grande inovação pois permite dar uma assistência com qualidade e precisávamos de insumos adequados. Só com os preconizados para a atenção primaria, não teria como assistir todos os indígenas do território”, pondera.

O Ministério da Saúde reformulou o fluxo de remoções dos indígenas para hospitais de Boa Vista (RR). Agora, a prioridade é que o paciente seja tratado na própria comunidade, respeitando o bem viver e a cultura do povo. Com isso, somente casos graves são deslocados.

A mudança só foi possível após o aumento da assistência no território. A nova estratégia impactou positivamente: a assistência qualificada reduziu em 90% as remoções.

Conjuntura
O Ministério da Saúde divulgou, em agosto, um novo informe do Comitê de Operações Emergenciais (COE) Yanomami . No primeiro trimestre deste ano, foram notificados 74 óbitos no território. Na comparação com igual período do ano passado, houve uma queda de 33%. Nos três primeiros meses de 2023, foram registradas 111 mortes. O documento ressalta que os principais agravos tiveram queda como, óbitos por malária, desnutrição e infecções respiratórias agudas graves.

O povo Yanomami tem a maior terra indígena do Brasil, com 10 milhões de hectares, mais de 380 comunidades e 30 mil indígenas. Desde janeiro de 2023, o ministério investe para mitigar a grave crise causada na região pelo garimpo ilegal.

A pasta aumentou o efetivo de profissionais, dobrou o investimento em ações de saúde e trabalhou para garantir a assistência e combater doenças, como a malária e a desnutrição no território.

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Foto: Matheus Brasil/MS

Fonte: Agência Gov