Ministério da Saúde entrega 18 mil insumos e medicamentos para o território Yanomami
Itens de saúde serão usados para compor salas de estabilização, malas de emergência e atender emergências obstétricas
O Ministério da Saúde abasteceu o território Yanomami com 18 mil insumos e medicamentos para compor salas de estabilização, malas de emergência e atender emergências obstétricas. A medida é mais um investimento da pasta para evitar a retirada de indígenas para o ambiente urbano.
A entrega, realizada na última semana, comtempla medicamentos não listados na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename) , que é a lista de medicamentos instituída no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) .
Os insumos foram adquiridos pela Agência Brasileira de Apoio à Gestão do SUS (AgSUS) , dentro do Plano Emergencial de Saúde para a região. A Central de Abastecimento Farmacêutico do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) Yanomami administra o estoque.
Os remédios entregues serão distribuídos de forma centralizada para os polos-base, conforme as demandas específicas de cada região. Parte do material também será destinado à Casa de Saúde Indígena (Casai) Yanomami, responsável pelo atendimento médico especializado à população indígena da área.
Entre os itens entregues, estão medicamentos contra sangramentos após traumas, dores intestinais, náuseas e vômitos, antibióticos e antieméticos.
Vela a lista de medicamentos entregues:
- Ácido tranexâmico;
- Ceftriaxona sódica;
- Cloreto de sódio;
- Escopolamina;
- Furosemida;
- Metronidazol;
- Norepinefrina;
- Ondansetrona;
- Ringer associado com sódio;
- Simeticona;
- Tenoxicam
O médico Alysson Figueiredo, coordenador de remoção no Dsei Yanomami, explica que o abastecimento contempla duas atenções simultâneas: a atenção primária e secundária.
“Com insumos adequados, que serão distribuídos nas salas vermelhas e nos locais onde há necessidade de atenção especializada, a tendência é que os índices de remoção continuem a diminuir”, destaca.
Alysson salienta que a distribuição de medicamentos não listados na Rename é uma inovação. “A necessidade foi percebida com as equipes em território, durante os atendimentos e descrito em relatórios. É uma grande inovação pois permite dar uma assistência com qualidade e precisávamos de insumos adequados. Só com os preconizados para a atenção primaria, não teria como assistir todos os indígenas do território”, pondera.
O Ministério da Saúde reformulou o fluxo de remoções dos indígenas para hospitais de Boa Vista (RR). Agora, a prioridade é que o paciente seja tratado na própria comunidade, respeitando o bem viver e a cultura do povo. Com isso, somente casos graves são deslocados.
A mudança só foi possível após o aumento da assistência no território. A nova estratégia impactou positivamente: a assistência qualificada reduziu em 90% as remoções.
Conjuntura
O Ministério da Saúde divulgou, em agosto, um novo informe do Comitê de Operações Emergenciais (COE) Yanomami . No primeiro trimestre deste ano, foram notificados 74 óbitos no território. Na comparação com igual período do ano passado, houve uma queda de 33%. Nos três primeiros meses de 2023, foram registradas 111 mortes. O documento ressalta que os principais agravos tiveram queda como, óbitos por malária, desnutrição e infecções respiratórias agudas graves.
O povo Yanomami tem a maior terra indígena do Brasil, com 10 milhões de hectares, mais de 380 comunidades e 30 mil indígenas. Desde janeiro de 2023, o ministério investe para mitigar a grave crise causada na região pelo garimpo ilegal.
A pasta aumentou o efetivo de profissionais, dobrou o investimento em ações de saúde e trabalhou para garantir a assistência e combater doenças, como a malária e a desnutrição no território.
Foto: Matheus Brasil/MS
Fonte: Agência Gov