Pele de Tambaqui revoluciona a cicatrização de feridas em Animais
A utilização da pele de tambaqui na recuperação de feridas em animais está se tornando uma alternativa promissora no campo da medicina veterinária. O professor Dr. Ivan Felismino Charas dos Santos, médico veterinário e pesquisador, está à frente de um projeto inovador que busca utilizar esse material para acelerar a cicatrização de lesões em cães e gatos.
A ideia surgiu a partir do uso da pele de tilápia na medicina humana, especialmente em queimaduras. Estudos indicam que a pele do tambaqui possui fibras colágenas que favorecem a regeneração da pele, além de oferecer maior resistência mecânica. Como a pele do peixe amazônico é um subproduto descartado por frigoríficos, seu reaproveitamento também representa uma alternativa sustentável.
O projeto segue rigorosos protocolos científicos. Inicialmente, a pele passa por um processo de esterilização e conservação, utilizando substâncias que eliminam bactérias, fungos e vírus. Após esse preparo, o material é aplicado em feridas de difícil cicatrização. Em um dos primeiros testes realizados, um cão com uma grande lesão no dorso teve uma recuperação surpreendente: enquanto a previsão inicial indicava um período de até 80 dias para a cicatrização, com a pele de tambaqui, a regeneração ocorreu em menos de 45 dias.
Além de acelerar a cicatrização, a pele de tambaqui demonstrou um possível efeito analgésico, reduzindo o desconforto do animal durante o tratamento. Outro resultado inesperado foi o crescimento de pelos na área regenerada, algo incomum em feridas extensas.
O projeto está ganhando visibilidade na comunidade acadêmica e despertando interesse entre veterinários. A proposta futura inclui a criação de um banco de pele de tambaqui na Universidade Federal de Rondônia (UNIR), permitindo maior disponibilidade do material para uso clínico. A ideia é que clínicas veterinárias possam adquirir as peles esterilizadas e receber capacitação para sua aplicação.
Para viabilizar a expansão desse trabalho, o professor Ivan Felismino busca parcerias com frigoríficos, clínicas e instituições de pesquisa. Ele também pretende iniciar testes comparativos com a pele de tilápia, além de ampliar os estudos para avaliar o uso da pele de tambaqui em úlceras de córnea.
O desenvolvimento dessa tecnologia pode representar um avanço significativo para a medicina veterinária, tornando-se uma alternativa acessível e eficiente para o tratamento de feridas em animais.
Fonte: Rolim Notícias